"Dívida com o planeta", diz Lula sobre contribuição de países ricos para preservar floresta
Em live semanal, presidente falou sobre COP 28, vaias a Lira e, indiretamente, do caso das joias de Bolsonaro
Emanuelle Menezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a contribuição de países ricos para a preservação da floresta amazônica é o pagamento de uma dívida deles com o planeta e não um favor. A fala aconteceu durante o programa "Conversa com o presidente", na manhã desta 2ª feira (14.ago).
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"Os países ricos tiveram a sua introdução na Revolução Industrial bem antes que o Brasil. Então, eles são responsáveis pela poluição do planeta muito antes de nós. Eles conseguiram derrubar suas florestas muito antes de nós. Agora, o que eles têm que fazer é contribuir financeiramente para que os outros países possam se desenvolver. Nós não queremos ajuda. Nós queremos um pagamento efetivo. É como se estivessem pagando uma coisa que eles devem à humanidade" disse Lula.
Segundo o Chefe do Executivo, os países que participaram da Cúpula da Amazônia, na última 3ª feira (8.ago), devem cobrar essa contribuição na COP 28, nos Emirados Árabes, em 30 de novembro.
"Temos condições de chegar ao mundo, lá nos Emirados Árabes, e dizer o seguinte: olha, a situação é essa. Nós queremos essa contribuição de vocês. E isso não é favor. É pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra, porque vocês derrubaram a floresta de vocês 100 ou 150 anos antes de nós. Então, agora, vocês paguem para que a gente possa preservar as nossas florestas gerando emprego, oportunidades de trabalho e condições de melhorar a vida das pessoas", afirmou o presidente.
Democracia
Ainda durante seu programa semanal, Lula falou sobre a democracia e citou, indiretamente, o escândalo das joias árabes de Jair Bolsonaro (PL). Na última 6ª feira (11.ago), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão para esclarecer a venda ilegal de presentes dados ao ex-presidente.
"O Brasil é especialista nisso (na democracia). Por isso nós derrubamos o golpe do dia 8 de janeiro, a tentativa frustrada dos golpistas, e agora está aparecendo o tipo de gente que é. Agora começa a aparecer o tipo de gente que nós derrotamos", disse o petista.
Vaias a Lira
O presidente também abordou as vaias recebidas por Arthur Lira (PP-AL) durante o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele defendeu a ida de Lira ao evento e destacou: "Conversar com o Lira é uma obrigação minha. Ele é o presidente da Câmara".
Lula repetiu em sua fala o que já tinha dito na 6ª feira (11.ago), que precisa mais de Lira do que o contrário. Para isso, exemplificou:
"O PT tem 70 votos, a esquerda 136. Para você aprovar alguma coisa, você vai ter que ter 257. Isso significa que você precisa conversar. Você conversa com quem? Tem que conversar com quem tem voto", disse o mandatário.
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