Futuro ministro da Defesa quer troca nas Forças só depois da posse
José Múcio deve ter nova reunião sobre comandos na semana que vem com o atual ministro da Defesa
O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, intensificou as negociações para garantir que a troca de comando nas Forças Armadas ocorra só depois do dia 1º.jan. Múcio terá uma nova reunião na semana que vem com o atual ministro, o general Paulo Sérgio Nogueira.
Hoje, o impasse está na Marinha. É que o atual comandante, almirante Garnier Santos, insiste em deixar o cargo até a próxima 6ª feira (23.dez), como um gesto de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A antecipação da saída dos comandantes nunca ocorreu desde a redemocratização.
Quando Múcio foi confirmado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o futuro ministro defendeu que os atuais ficassem até a posse. Desde um primeiro momento, o Exército sinalizou que cumpriria a liturgia das trocas de comando e que o general Freire Gomes, comandante da Força, permaneceria até a designação de seu substituto pelo novo governo.
Na cúpula das três Forças, havia a sinalização de que o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, também pudesse antecipar sua saída. No entanto, na última semana, Baptista fez um gesto ao cumprimentar o indicado por Lula para comandar a FAB, o brigadeiro Marcelo Damasceno. Nos bastidores, indicou a Múcio que fará a troca de comando somente após a oficialização do novo governo.
Agora, Múcio tenta convencer o almirante Garnier Santos a também recuar. Se o atual comandante da Marinha ficar irredutível, uma das possibilidades em análise é fazer apenas a troca na Marinha antes da posse de Lula. Para isso, Múcio teria que contar com a boa vontade do presidente Jair Bolsonaro para nomear o indicado por Lula antes de deixar o Planalto.