De cocar, Bolsonaro recebe medalha de mérito indigenista
Homenagem veio do Ministério da Justiça; símbolo é direcionado a quem protege povos originários
SBT News
Com um cocar e segurando uma criança indígena no colo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu nesta 6ª feira (18.mar) uma medalha de mérito indigenista -- reconhecimento a quem protege povos originários. A decisão em homenagear Bolsonaro partiu do próprio governo, pelo ministro da Justiça, Anderson Torres.
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Em discurso de agradecimento, com tom religioso, Bolsonaro disse que o cocar que utilizava foi fornecido a ele como ato de graciosidade. O presidente também disse que o homem branco e o indígena "cada vez mais" se tornam "iguais".
"Somos exatamente iguais e todos nós viemos à terra pela graça de Deus. Cada vez mais, nos transformamos iguais. Isso não tem preço. O que nós sempre quisemos foi fazer com que vocês se sentissem exatamente como nós", disse.
Oito ministros do governo também receberam o reconhecimento: o da defesa, general Braga Netto, da Agricultura, Tereza Cristina e da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Augusto Heleno (GSI), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), João Roma (Cidadania) e Marcelo Queiroga (Saúde).
Além deles, o presidente da Funai, Marcelo augusto Xavier da Silva, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, e dois ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) -- Jorge Oliveira e Augusto Nardes -- também foram reconhecidos. Todos os nomes foram publicados em edição do Diário Oficial de 4ª feira (16.mar).
A medalha, que desde 1972 representa um ato simbólico a quem se destaca pela proteção dos povos indígenas, foi alvo de críticas entre entidades de proteção ao grupo. O ex-presidente da Funai Sydney Possuelo, grande personalidade sobre a questão indígena, chegou a devolver, na 5ª feira (17.mar), a medalha que havia recebido há 35 anos.