Saída de diretor da Polícia Federal foi em retaliação ao PRB
Novo nome será emplacado pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, que não deve deixar o cargo para eleições
A saída do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, em menos de 1 ano desde que foi nomeado, teve justificativa. O SBT News apurou que a troca no comando da PF tem dois motivos: a principal delas é a retaliação ao PRB. Nesta semana, o presidente da sigla, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), reclamou publicamente das articulações de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) para filiar parlamentares que irão sair do DEM e do PSL no PL, sigla de Valdemar Costa.
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O delegado Paulo Maiurino não é filiado ao Republicanos. Mas o primo dele, Marcelo Squassoni, faz parte do partido. No passado, Maiurino foi secretário de Esportes na gestão de Geraldo Alckmin, em São Paulo. A mudança no comando da PF em abril do ano passado atendeu a um apelo do Centrão e, por isso, o nome de Maiurino foi chancelado pelo PRB.
O outro motivo é que o ministro da Justiça, Anderson Torres, cobrava do presidente Jair Bolsonaro que o diretor-geral da corporação fosse alguém da confiança dele. É o caso do novo diretor, o atual secretário-executivo do ministério, Márcio Nunes, que é ligado a Torres desde a época em que o ministro trabalhou no governo do Distrito Federal.
A troca no comando da PF deve fazer com que Anderson Torres continue na pasta e não deixe o governo no mês que vem para concorrer. O ministro havia declarado que poderia concorrer ao senado ou a uma cadeira na Câmara Federal. A reportagem do SBT News procurou o presidente do Republicanos para comentar a troca, mas ainda não obteve resposta. O texto será atualizado quando houver. A dispensa de Maiurino é assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que também não comentou a demissão.
Após a publicação da reportagem, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, disse ao SBT News que Maiurino não foi indicação da sigla e que não considera a demissão uma retaliação.