Na reta final de campanha Lula foca em Minas Gerais
Candidato quer manter a vantagem no 2º maior colégio eleitoral, onde teve maioria de votos no 1º turno
Na reta final para o segundo turno das eleições, o candidato à presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva mira em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Neste sábado (22.out), pelo segundo dia consecutivo, o petista faz campanha ao lado da senadora Simone Tebet (MDB) e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede). Eles farão caminhada entre Belo Horizonte e Ribeirão das Neves.
Com a ofensiva no Estado, Lula quer ampliar a vantagem que teve no primeiro turno das eleições, quando saiu vitorioso. Desde a redemocratização, os números indicam que quem vence as eleições em Minas vence no Brasil.
Antes do ato pelas ruas da região metropolitana de Minas, em conversa com jornalistas em uma faculdade de Ribeirão das Neves, ao de lado de Tebet e Marina, o ex-presidente reforçou o papel das mulheres na luta política e garantiu que, se for eleito, elas terão protagonismo em seu governo.
"Eu não gosto de nominar ou dizer quantas pessoas, mas às mulheres têm demonstrado uma competência extraordinária em tudo o que elas pegam para fazer, seja uma prefeitura, seja um governo de estado, seja na Suprema corte, ou seja, as mulheres demonstram que têm competência. E nós vamos ter mais mulheres no governo", afirmou Lula.
O candidato também repetiu que terá um governo plural. "Nós vamos ter negro, vamos ter indígena no governo, porque a gente quer mostrar que esse país vai ser verdadeiramente democrárico e que o governo vai ser a cara da sociedade brasileira", disse o petista.
Violência Política
Durante a entrevista coletiva, a senadora Simone Tebet (MDB) prestou solidariedade à ex-senadora e deputada federal eleita por São Paulo, Marina Silva (Rede), vítima de violência política. Marina foi hostilizada por um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) após jantar em um hotel de Belo Horizonte, nessa 6ª feira (21.out). Ela foi chamada de "vagabunda" e "traidora".
"Nesta madrugada, foi a nossa companheira Marina Silva que sofreu uma violência política verbal das mais baixas. Esses bolsonaristas não passarão, nós, mulheres brasileiras, elegeremos Lula e vamos unir esse Brasil com amor e com coragem", afirmou Tebet.
Marina Silva registrou um boletim de ocorrência e neste sábado (22.out) ressaltou que a denúncia foi feita por entender que no contexto do "acirramento político que estamos vivendo", o xingamento caracteriza violência política de gênero, que tem como intuito "inibir o exercício da ação política das mulheres."
"É algo que a gente não consegue compreender, é a postura, a atitude de intimidar. E porque, quando se trata de uma mulher, é sempre essa questão de natureza moral, de natureza sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres, não sabe lidar do ponto de vista político, não sabe lidar do ponto de vista ético, não tem preparo para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira", disse Marina Silva.