"É bom que essa eleição termine no primeiro turno", diz Paulo Teixeira
O deputado federal e secretário geral do PT afirmou que a capacidade de desordem de Bolsonaro é grande
Débora Bergamasco
O secretário geral do PT e também deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou, durante o programa Perspectivas, do SBT News, desta quarta-feira (25.mai), que seria bom para o Brasil que as próximas eleições terminassem no primeiro turno. O motivo é a desordem que o intervalo entre o primeiro e o segundo pleitos pode gerar.
"A capacidade de desordem que esse presidente da República [Jair Bolsonaro] tem é muito grande. Aquele Sete de setembro. [...] Ele é um bagunceiro um baderneiro. [...] É bom que termine no primeiro turno", ressaltou.
O deputado criticou o aumento da compra de armas no país, pauta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e usada como mote da campanha presidencial em 2018.
"Foi feito um lobby de armas. [...] Destruíram o estatuto do desarmamento e armaram muita gente. Precisamos reduzir o número de armas e ver a situação que o cidadão precisa de armas na zona rural, mas na vida cotidiana, isso só causa problema. [...] Tem mais gente com licença de arma do que agentes públicos armados. Quem tem que ter o monopólio da força é o Estado", afirmou.
Durante a entrevista, Teixeira também criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia. O deputado afirmou que ele contrariou a ciência e dois ministros da Saúde.
"O número de mortos que o Brasil tem se deve a ele, demorou a comprar a vacina e quando quiseram comprar a vacina fizeram esquema de propina. Compraram tardiamente, poderíamos estar vacinando em novembro de 2020, mas começamos em março de 2021", disse.
Na questão ambiental, Teixeira afirmou que Jair Bolsonaro estimulou o desmatamento da Floresta Amazônica. "Em Manaus tem que ser o nosso vale do Silício. Explorar aquela diversidade para produzir remédios, produtos químicos, cosméticos. Usar o patrimônio e não cortar árvore e vender pros EUA e criar gado".
Apoio a Lula
Sobre a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, Paulo Teixeira destaca que, se eleito, o governo de Lula vai ser de coalizão.
"Temos sete partidos apoiando o presidente Lula - PV, Rede, PT, PSD, PCdoB, PSol e Solidariedade, além de uma parte do PSD e do MDB. Certamente estarão no governo. Estamos diante de um risco à democracia, esse risco requer que todos estejam juntos", afirmou. O deputado complementou ainda que muitos psdebistas devem se unir a campanha de Lula.
"O Aécio [Neves] tá implodindo uma candidatura do PSDB que quer levar o partido para o Bolsonaro. Quem discorda dele venha nos apoiar. Acho que virão muitos do PSDB, que tem uma origem democrática, progressista. Muitos psdebistas não suportam o Bolsonaro", disse.
Sobre Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto pelo PDT, Teixeira afirmou que o pedetista faz críticas caluniosas contra Lula, no entanto, se ele decidir se unir ao PT, será recebido. "Acho que as críticas dele são injustas, caluniosas, não existe terceira via, veja o que aconteceu com Moro, com Doria, ele tá cavando, mas não acha. Já polarizou as eleições. Para tirar o Bolsonaro, Ciro vir para o nosso palanque é ótimo", destacou.
Já sobre a pré-candidata Simone Tebet (MDB), Teixeira disse que não vê a candidatura vingar, pois Tebet deve enfrentar resistência dentro do partido. "Não acredito que ela vingue como candidatura. Você acredita que o MDB vai querer uma candidatura a Presidência em detrimento da distribuição dos fundos dos seus senadores e deputados", afirmou.
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