Termina hoje prazo para destinar Imposto de Renda a projetos sociais
Empresas e pessoas físicas podem destinar parte do valor do IR, sem custo
Luciane Kohlmann
Novos leitos, mais tecnologia para UTI, equipamentos modernos para monitorar atividade cerebral. São exemplos do que o Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre, conseguiu adquirir com o dinheiro destinado do Imposto de Renda.
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"Tratamos as crianças da melhor maneira possível, com a melhor tecnologia possível, e a aquisição dessas tecnologias, treinamento de pessoal, tudo isso é possível através da ajuda de doação de empresas e pessoas físicas", conta Aline Botta, diretora-adjunta do Hospital Santo Antônio.
Este ano, a instituição filantrópica pretende arrecadar mais de R$ 3 milhões de reais. Para isso, faz até uma campanha interna de incentivo entre os funcionários, e o esforço na divulgação se justifica.
O brasileiro ainda usa pouco essa opção. A Receita Federal calculou que, em 2023, o potencial de destinação era de R$ 12 bilhões, mas não chegou a R$ 13 milhões.
Até esta 5ª feira (28.dez), empresas e pessoas físicas podem fazer a destinação de parte do Imposto de Renda. As pessoas físicas podem reservar até 6% para fundos de proteção à criança, ao adolescente e ao idoso, e iniciativas culturais. Ou 7% para projetos esportivos.
"Quem declara pelo modo completo, consegue fazer essa destinação. Por ora, não temos a possibilidade ainda para quem faz pela simplificada", explica a contadora Lúcia da Motta Hass.
A destinação de parte do imposto devido não representa nenhum gasto extra para o contribuinte. É apenas uma escolha de que este valor ajude diretamente um projeto social em vez de ir para os cofres públicos.
O Lar Maria de Nazaré, que atende idosos, pretende arrecadar R$ 100 mil para comprar placas solares e máquinas industriais de lavar roupa.
A casa abriga 28 idosas e depende da colaboração das moradoras e doações para funcionar. Graças ao recurso adicional do imposto de renda, a instituição conseguiu comprar camas hospitalares e até instalar um elevador.
"Eu poderia dizer assim, é como se a gente ganhasse em uma loteria. Como se uma pessoa física ganhasse na loteria. E conseguisse comprar a casa dos sonhos, a decoração dos sonhos. É fundamental, sim, é fundamental", diz Ana Beatriz Freitas, presidente do Lar Maria de Nazaré.