Preços ao consumidor dos EUA têm maior avanço desde janeiro com tarifas
Para economistas, a inflação demorou a reagir às tarifas impostas por Trump porque as empresas ainda estavam vendendo o estoque acumulado

SBT News
com informações da Reuters
A alta dos preços ao consumidor dos Estados Unidos registrou em junho o maior avanço desde janeiro, de acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta terça-feira (15). O cenário marca um provável início de um aumento da inflação induzido por tarifas que mantém o Federal Reserve (Fed) cauteloso quanto à retomada dos cortes na taxa de juros.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,3% no mês passado, depois de ter avançado 0,1% em maio. Nos 12 meses até junho, o índice teve alta de 2,7%, depois de subir 2,4% em maio.
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Economistas ouvidos pela Reuters previam um aumento de 0,3% na base mensal e 2,6% na anual.
Cenário
As leituras da inflação foram baixas de fevereiro a maio, o que levou o presidente Donald Trump a exigir que o banco central dos EUA diminuísse os custos dos empréstimos.
Economistas disseram que a inflação demorou a reagir às taxas de importação anunciadas por Trump em abril porque as empresas ainda estavam vendendo o estoque acumulado antes da entrada em vigor das tarifas.
Na semana passada, Trump anunciou que tarifas mais altas entrarão em vigor em 1º de agosto para importações de diversos países, incluindo México, Japão, Canadá e Brasil, além da União Europeia, a partir de 1º de agosto.
Excluindo componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços ao consumidor aumentou 0,2% em junho. Nos 12 meses até junho, o núcleo do índice teve alta de 2,9%, depois de subir 2,8% por três meses consecutivos.
No entanto, os fortes aumentos de preços de bens podem ser compensados por aumentos moderados nos custos de serviços e aliviar as preocupações de um aumento generalizado das pressões inflacionárias.
A demanda fraca limitou os aumentos de preços de categorias relacionadas a serviços, como tarifas aéreas e quartos de hotéis.
O Fed acompanha diferentes medidas de inflação para atingir sua meta de 2%. O banco central deve deixar sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50% na reunião de política monetária deste mês.
A ata da reunião de 17 e 18 de junho do banco central, publicada na semana passada, mostrou que apenas "algumas" autoridades disseram que achavam que os juros poderiam cair já na reunião de 29 e 30 de julho.