Preço do prato feito dispara e consumidor busca alternativas mais baratas
Com aumento no valor dos alimentos, até o tradicional PF virou artigo de luxo para muitos brasileiros

Fabíola Corrêa
Nas ruas, o sentimento é o mesmo: o prato feito está caro demais. Tem gente que quase não pede mais. Já foi popular, mas, atualmente, está longe de ser uma opção viável para muita gente. Cada prato pode sair por mais de R$ 30 em alguns lugares, dependendo da composição e da região.
E por que ficou tão caro? A resposta está no aumento dos alimentos. Só o feijão escapou dessa alta. O arroz subiu cerca de 7,5%. A carne segue nas alturas, com aumento de mais de 18%. Já o ovo assustou o consumidor: em fevereiro, ficou 15% mais caro. Entre os motivos, estão a alta demanda, problemas climáticos e os custos de produção.
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Para pedir carne bovina e ovo no mesmo prato, muitos precisam de uma condição especial: ter o vale-refeição em dia. E quando o vale acaba? A solução é recorrer a opções mais baratas, como a calabresa.
No restaurante Estadão, no centro de São Paulo, o movimento continua grande, mas por um motivo: o cardápio ainda não sofreu alteração de preços neste ano. O gerente do local explica que tem apertado ao máximo os custos para não repassar os aumentos aos clientes. Mesmo assim, após a última atualização da tabela de preços, no fim de 2024, já percebeu uma queda na clientela.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os alimentos e bebidas subiram 7,69% em 2024, acima da inflação geral, que foi de 4,83%. E tudo indica que a situação está se repetindo em 2025.