Lei do MEI completa 15 anos com 12 milhões de inscritos
Categoria de microempreendedores individuais movimenta R$ 140 bilhões por ano
Gudruyan Neufert
A lei do MEI, o microempreendedor individual, completa 15 anos, com 12 milhões de inscritos. A formalização foi criada em 2008 e atualmente, o grupo movimenta por ano R$ 140 bilhões na economia.
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Vinícius Cardec é parte desse grupo. Há três anos, trabalhava como técnico de leitura de registro de água numa empresa terceirizada, debaixo de sol ou de chuva, cumpria horários pesados. Incentivado pela ex-esposa resolveu empreender e agora é um MEI. "Ela trabalha com coisas de estofado e me deu essa luz de procurar um curso, fazer algo, que eu mesmo seria dono do próprio negócio", conta.
Como MEI, ganha três vezes mais do que quando era empregado e faz os próprios horários. Lava em média dois sofás por dia.
Cardec está entre os 75% dos MEIs que dão certo no país. De acordo com o Sebrae, um quarto desiste do negócio após dois anos.
O MEI completa 15 anos em 2024 perseguindo ainda o principal objetivo: legalizar as atividades de pessoas que prestam serviços na informalidade. Se em 2009 eram cerca de 44 mil empreendedores formalizados, 2023 termina com 12 milhões.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, valoriza os números recentes. "Eu não imagino um Brasil sem o que aconteceu há 15 anos com a inclusão desse setor que estava invisível na vida do país e na economia."
Entre os tipos MEI que mais abrem, segundo o Sebrae, estão serviços de cabeleireiros e de beleza, vestuário e alimentação.
"Temos uma tarefa muito grande em milhões de brasileiros que precisam ser formalizados e é importante dizer para que aqueles que produzem na economia e que não se formalizaram que quando há a formalização, o diagnóstico é de crescimento de 25%, além da garantia com a Previdência, garantia com o futuro do próprio negócio."
Em 2019, Fernanda deixou o posto de nutricionista num hospital público e virou MEI. Ao lado da mãe, começou a vender marmitas. O teste veio quando as duas precisaram fazer uma viagem.
"Nessa viagem deixamos umas marmitas prontas para o meu pai e meu irmão para ver se realmente a gente começaria o negócio e foi assim que nasceu a empresa."
A aposta de Fernanda deu tão certo que em onze meses ela mudou a categoria de atividade econômica, deixou de ser MEI para ser microempresária com 13 funcionários contratados. A empresa vende 7 mil marmitas por mês, atualmente.
Além da cozinha que fiscaliza, Fernanda vive atrás do computador cuidando de toda a parte burocrática da empresa, pretende chegar a 10 mil marmitas mensais em 2024. A empreendedora garante que sem o MEI, dificilmente teria dado certo tão rápido.
"Foi o pontapé inicial, sem ele, a gente não teria conseguido chegar lá. Foi onde testamos tudo o que precisava, quem era nossos clientes, perfil do produto. O MEI nos auxiliou nesta questão de transformar a base da empresa para gente ir crescendo e conseguir estar onde a gente está hoje."