Estudo aponta potencial de US$ 7,7 trilhões em oportunidades de negócios na bioeconomia
No Pará, bioeconomia pode atingir 4,5% do PIB estadual até 2030

Rodrigo de Andrade
Com as mudanças climáticas, muitos investidores tem procurado recorrer às iniciativas sustentáveis. A bioeconomia, por exemplo, é uma das apostas do desenvolvimento na transição para uma economia de baixo carbono sem perda da biodiversidade. Essa forma sustentável de negócio atrai cada vez mais os investidores, sejam eles de setores públicos ou privados.
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Um potencial global de US$ 7,7 trilhões em oportunidade de negócio até 2030, foi apontado pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês) no relatório “Uma Oportunidade de Negócio que Contribui para um Mundo Sustentável” (A business opportunity contributing to a sustainable world).
O estudo “Bioeconomia da Sociobiodiversidade” apontou a capacidade de incrementar as cadeias produtivas da floresta em R$ 170 bilhões, até 2040, em Belém, na capital do Pará. A cidade analisada no estudo sediará a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro deste ano.
Centro de Inovação e Bioeconomia
Para receber a COP30, o Centro de Inovação e Bioeconomia de Belém prepara uma obra com investimentos de R$ 20 milhões. Uma força-tarefa envolvendo os governos federal e municipal, além da empresa Itaipu Binacional, trabalha em um projeto de revitalização de um casarão tombado para abrigar 20 novas iniciativas de desenvolvimento. O modelo econômico será divulgado no espaço projetado e deverá oferecer apoio aos negócios mediante uma base de ecossistema.
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Segundo a secretária adjunta de Bioeconomia do Pará, Camille Bemerguy, para atrair investidores, o governo do estado lançou o PlanBio Pará, que traça uma estratégia de valorização do patrimônio genético e fortalecimento das cadeias produtivas, com ciência e inovação.
O Planbio prevê a construção do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que está em andamento às margens da Baía do Guajará, no projeto Porto Futuro 2. Consoante o governo estadual, estão sendo investidos R$ 300 milhões na restauração e adaptação de armazéns da antiga região portuária de Belém.
Com o setor mais estruturado, o estado também espera tirar empreendedores da informalidade e alcançar, com a bioeconomia, 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará, até 2030.