Correios divulga balanço com prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024
Empresa registrou prejuízo recorde no ano; mudanças tributárias em importações – como a "taxa das blusinhas" – impactam receita

Ellen Travassos
O prejuízo dos Correios quadriplicou em 2024, alcançando R$ 2,6 bilhões, segundo dados publicados no Diário Oficial da União (DOU), nesta sexta-feira (9). Em 2023, o prejuízo foi de R$ 597 milhões.
A última vez que os Correios apresentaram uma queda bilionária foi há 8 anos, quando registrou prejuízo de R$ 1,5 bilhão (em valores da época).
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Segundo a empresa, um dos motivos para o desempenho desfavorável está no fato de que apenas 15% das 10.638 agências localizadas em regiões atendidas pelos Correios registraram lucro. Segundo a estatal, houve um aumento de 3 pontos percentuais nos custos líquidos da universalização dos serviços postais – de 24% para 27% dos gastos totais da empresa.
"Ainda que 85% das unidades sejam consideradas deficitárias, os Correios garantem o acesso universal de todas e todos aos serviços postais, com tarifas justas, em cada um dos 5.567 municípios atendidos", diz o documento.
Quando uma empresa registra déficit, significa que seu gasto somado foi maior que a receita obtida no período analisado.
A empresa registrou um declínio de 0,89% em sua receita, caindo de R$ 21,67 bilhões em 2023, para R$ 21,47 bilhões no ano de 2024. A principal razão para a queda de 1,74% nas receitas de vendas e serviços apontada pelos Correios são as mudanças nas regras que afetam produtos importados.
Essa redução está relacionada à implementação, em julho de 2023, da conhecida "taxa das blusinhas", que estabeleceu a cobrança de 20% de Imposto de Importação (federal) e 17% de ICMS (estadual) sobre compras internacionais acima de US$ 50.