Bolsa de Valores fecha o ano com alta de mais de 22%
Reformas, programa de ajuste fiscal e atuação de Haddad puxaram desempenho positivo; dólar tem queda de 8% no ano
Guto Abranches
Os ganhos acumulados pela Bolsa de Valores neste ano passaram de 22%. O movimento do último dia de negociações de 2023, nesta quinta-feira (28.dez), praticamente cravou um zero a zero, com variação de 0,01%. Mas nem por isso o Ibovespa deixou de contabilizar novo recorde histórico, a bordo dos 134.209 pontos atingidos. Veja abaixo a oscilação no último pregão do ano:
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O movimento trouxe a Bolsa brasileira de volta para o caminho dos resultados marcadamente positivos. A valorização acumulada no período foi a melhor em quatro anos, embora ainda distante dos 31,58% de ganhos obtidos em 2019.
Político e econômico
O final do primeiro ano do Lula 3 parece não ter decepcionado mesmo. Dúvidas são naturais e até certo ponto esperadas. Mas as apostas pessimistas feitas por parte dos analistas e investidores a partir da vitória na eleição do ano passado, ficaram mesmo pelo caminho. Os avanços em reformas importantes - no caso da Tributária, uma passada que esperava há não menos do que 40 anos pra sair do papel - e a reinclusão do país no cenário internacional fizeram sua parte.
Some-se a isso o poder de interlocução do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Alguém a quem foi destinada a incumbência de acalmar os mercados, botar ordem no momento presente da economia e mais: arquitetar um programa de equilíbrio das contas públicas capaz de causar impacto, credibilidade e efetividade. Todas tarefas em pleno curso ainda no fechamento do ano, mas que em alguma medida foram acumulando pequenos ganhos acumulativos que serviram de base para o retorno, por exemplo, do investidor estrangeiro na bolsa brasileira. O fluxo de capital externo em direção a B3 beirava R$ 28 bilhões até o início do último mês do ano. Para além de a Bolsa de São Paulo ter andado "demasiadamente barata" ao dinheiro de fora, o caminhar da maior segurança econômica não pode ser desprezado. Daí o Ibovespa trafegar com desenvoltura acima da casa dos 130 mil pontos ser considerado mais "justo", apontam especialistas.
No lucro
E pela frente, dada a sequência de cortes na taxa Selic e as ações de Bancos Centrais pelo mundo que sinalizam com a possibilidade de um fim de ciclo de restrição monetária, o olhar para o Ibovespa pende para o otimismo. Por ora, admitem conhecedores dos mercados, os resultados entregam mais do que se esperava inicialmente.
Outro recorte a salientar: o dólar baixou 8,00% frente ao real. Em sendo mais duradouro e sem solavancos de ocasião, pode tratar-se de um termômetro a mais a atestar o momento de maior solidez da economia e do mercado nacionais. A cotação de fechamento do ano, em R$ 4,85, está R$ 0,60 abaixo do pico atingido em janeiro passado. Significa.