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Economia

Dobra o número de câmeras de segurança na capital paulista

Empresas e condomínios intensificam compras de sistemas de segurança com inteligência artificial

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Câmeras de segurança
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O medo da violência está levando a um aumento explosivo no emprego de câmeras de segurança na capital paulista. Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), mostra que em cinco anos praticamente dobrou o uso destes equipamentos por empresas e condomínios: de um total de 1,5 milhão de unidades (estimativa) em 2017, as câmeras chegaram a 2,8 milhões (2.859.268) no ano passado.  

Cameras
Câmeras na capital paulista - ABESE | Reprodução/SBT

Do ponto de vista do negócio, os prestadores de serviços com sistemas eletrônicos de segurança experimentaram no mesmo período um retorno financeiro inegável: de R$ 6,04 bilhões em 2017 para R$ 11,0 bilhões em 2022. A alta entre os dois períodos passa de 83%. Quando comparado ao resultado de 2021, as cifras de faturamento do setor no ano passado tiveram alta de 18%.  

Efeito comparativo

A prefeitura da maior e mais rica cidade do país tem um arsenal de câmeras significativamente menor do que o setor privado: de acordo com a Secretaria de Comunicação do município, um programa recém lançado pela prefeitura, o Smart Sampa, planeja instalar, nos próximos 18 meses, 20 mil equipamentos deste tipo. Serão 3.300 câmeras na região central, 6 mil na Zona Leste, 3.500 na Oeste, 2.700 na Norte e 4.500 na Sul. O "sistema" dobra seu alcance quando integrado à uma rede de visores eletrônicos de empresas que dispõe de mais 20 mil máquinas. Mesmo assim, o montante nem de longe se aproxima da rede de monitores particulares. É o que se está convencionando chamar de Safe Cities. " É o olhar da autoridade pública [ prefeituras no caso ] aproveitando câmeras de prédios e escolas, por exemplo, para fazer parte de um grande sistema de monitoramento trabalhando pela segurança. E não são apenas as câmeras, mas os semáforos inteligentes também: o algoritmo faz com que o equipamento 'abra' mais rápido, em horários de menor tráfego e menos movimento nas ruas, para o motorista não ficar exposto ao risco", analisa Selma Migliori, presidente da Abese. 

Cracolândia

Grande parte das câmeras da região central de São Paulo foi instalada recentemente por comerciantes e moradores do centro histórico da cidade, encurralados pela expansão desordenada da cracolândia e da violência associada à ela. "O uso de câmeras está aumentando porque a violência está aumentando. E a violência aumenta por causa da crise econômica. O país passou por recessão, desemprego, etc. A cracolândia, por exemplo, que é um problema de saúde pública que espera solução pelo Estado, levou a um aumento de procura por equipamentos de segurança. Os moradores e comerciantes da área estão com muito medo", argumenta Rafael Daoud, diretor da Alarm Wolx, que oferece serviços de segurança eletrônica. 

Inteligência Artificial

O uso da tecnologia vem ganhando espaço também por contar cada vez mais com os recursos de inteligência artificial. Além de reduzir custos para estabelecimentos dos mais variados fins, o sistema agiliza a identificação, alerta e aviso aos policiais, diante de alguma ocorrência. Um vídeo a que o SBTNews teve acesso, exibe o funcionamento do sistema com aplicação de A.I. A empresa que opera o sistema prefere não se identificar. Nas imagens que ilustram o funcionamento do sistema, é possível ver como o equipamento diferencia situações normais da ocorrência de um crime. Nas imagens, gravadas na região sul do país, um carro atravessa uma avenida deserta durante a noite. Como o veículo segue o sentido correto da via, não há nenhuma anormalidade no registro do equipamento. Quando um segundo carro aparece, andando na contramão, os avisos começam a ser disparados. Os ocupantes do carro se dirigem para a porta de um supermercado. O carro é jogado contra a porta de entrada. E na sequência a ação dos bandidos no interior do estabelecimento é mostrada. Pra cada uma dessas ações, um aviso de anormalidade é computado. E o sistema automaticamente emite um alerta para a polícia. 

Residências

A exemplo de comércios e empresas de todo tipo, as casas e condomínios têm adotado a segurança eletrônica com emprego da inteligência artificial. " A alta definição que faz parte do sistema tem levado muitos condomínios a substituírem sistemas antigos, com câmeras analógicas. Tem um aumento efetivo de segurança porque o operador de monitoramento não tem que processar por si só a informação e você não precisa instalar censores para fazer esse tipo de detecção, a própria câmera já faz esse trabalho", explica Rafael Daoud. 

Em um condomínio da zona norte da capital paulista, que não iremos identificar, os moradores optaram pelo investimento para se proteger. O consultor em segurança responsável pelo empreendimento de 16 andares e apartamentos únicos em cada piso, revela em poucas palavras o porquê da iniciativa. "Optamos por uma empresa que usa A.I. porque a tecnologia faz a diferença quando pensamos em prevenção e sim, os condôminos se sentem mais seguros", assegura o profissional. 

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