"Dilma não tem perfil para presidir Banco do Brics, mas não será um desastre"
O economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega fez a análise ao SBT News
Roseann Kennedy
O ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, afirmou nesta 6ª feira (24.mar) que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não tem perfil técnico para presidir o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco dos Brics - bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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Ele avaliou que "ela foi um desastre no comando da economia no Brasil" e que não é apta para o cargo. Mas ponderou que não será um risco para a instituição.
"Eu acho que não faz muita diferença que Dilma seja competente ou não neste cargo. Até porque ela tem um mínimo de experiência. Além disso, existe uma estrutura que blinda o banco de um despreparo da diretoria. O exame dos pedidos de financiamentos é feito por equipes qualificadas, profissionalizadas, que não podem sofrer interferência, para favorecer um ou outro. O presidente pode conversar, mas não tem poder de interferir", ressaltou o ex-ministro da Fazenda do governo de José Sarney.
A petista foi eleita por unanimidade para o cargo nesta 6ª (24.mar). Para Maílson, "Dilma está ganhando um prêmio para exercer esse cargo, uma indicação de amigos". Ela deve tomar posse no próximo dia 29 de março e terá mandato até 2025, com um salário anual de U$S 500 mil.
Para que Dilma pudesse ocupar a vaga, o ex-presidente da instituição, Marcos Troyjo, que havia assumido a função em 2020, renunciou. Decisão que tomou em meio a toda pressão política na articulação para nomear a petista. "Troyjo era um diplomata, muito qualificado. A saída dele foi, no mínimo, indelicada", concluiu Maílson.
Henrique Meirelles também já tinha observado "falta de habilidade" de Dilma
Em fevereiro de 2023, ainda quando a indicação de Dilma começou a ser ventilada, o ex-presidente do Banco Central (BC) e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista ao SBT News, foi categórico, quando indagado sobre a indicação: "Falta habilidade". Apesar de reconhecer a experiência da petista como gestora, ele explica que "um economista, não necessariamente será um bom presidente de banco".
"É um perfil diferente de alguém que administra uma instituição financeira, cuja função básica é fornecer crédito para os países em desenvolvimento. Falta a experiência de direção de banco, que faz empréstimos, e falta habilidades. É uma experiência muito específica para uma pessoa que vai ser dirigente de uma instituição financeira", afirmou Meirelles sobre Dilma.