Preços dos alimentos aumentaram quase 40% desde janeiro de 2020
Além da inflação, brasileiros apontam baixo poder de compra e destinam cerca de 2/3 da renda para supermercados
![Preços dos alimentos aumentaram quase 40% desde janeiro de 2020](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FMulher_parada_em_um_corredor_do_supermercado_reparando_nas_gondolas_28a23d0718.jpg&w=1920&q=90)
Não está fácil variar o cardápio. As alternativas vão diminuindo, já que até aquelas opções mais baratas não estão em conta. Todo tipo de alimento está caro. A média calculada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra valorização de 3,38% na comparação entre abril e março desse ano.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
O pior é que o movimento de alta vem se repetindo mês a mês. Entre março e fevereiro: 2,43%. Fevereiro e janeiro: 2,26%. O acumulado entre janeiro e abril é de 9,57%. Mas 2022 vem só acompanhando uma tendência desde janeiro de 2020, quando o novo coronavírus ultrapassou as fronteiras da China.
Como se não bastasse a crise mundial, sanitária e financeira, por aqui o real ainda se desvalorizou. Para completar, uma guerra. O conlfito entre Rússia e Ucrânia impede o comércio de fertilizantes e defensivos agrícolas. Como nosso país é um grande produtor de alimentos, somos os primeiros a sentir.
De janeiro de 2020 para cá, no Brasil, o incremento dos preços dos alimentos tem uma variação de 39,94%. Número que impressiona, inclusive, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor de São Paulo (IPC-SP), Guilherme Moreira. O economista chama atenção para o fato de que em nosso país também aumenta a pobreza.
"Diferente da Alemanha, onde quase não existe população de baixa renda, no Brasil nós gastamos quase 2/3 dos salários com alimentos e despesas pessoais. O restante vai para moradia e sobra pouco para pagar contas, como cartão de crédito. Por isso o brasileiro está cada vez mais endividado", analisa Guilherme.
Aliás, outras categorias também registraram alta nos preços, de acordo com o relatório do IPC. Transportes: 2,06%. As despesas pessoais ficaram 1,71% mais caras. Vestuários, aumento de 1%. Serviços de saúde: 0,81%. Educação também, com 0,15%. É a segunda vez nesse ano que todos os itens encareceram.
O IPC-SP costuma adiantar o que vai ser revelado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, uma pesquisa de abrangência nacional. O dado mais atual, por enquanto, é a alta de 1,62% entre março e fevereiro. Para esse período é o maior aumento desde 1994, antes do Plano Real.
Países ricos tem pior situação desde 1980
A inflação ao consumidor subiu 8,8% na comparação entre março de 2022 e o mesmo mês do ano passado nos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o conhecido bloco dos países com PIB elevado. Fazem parte, atualmente, 36 nações como Alemanha e Estados Unidos.
Cerca de um 1/5 dos integrantes tiveram inflação acima de dois dígitos. Destaque para a Turquia, com 61,1%. Entretanto, diferente do Brasil, a variação maior não acontece com os alimentos e sim com energia, que saltou 33,7% na relação anual de março a março. Maior elevação desde maio de 1980.
Leia também: