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Economia

Bolsas em queda e dólar em alta: veja reação do mercado à guerra na Rússia

Bolsas europeias fecharam em queda na tarde desta 5ª feira (24.fev); dólar sobe contra outras moedas

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Bolsas em queda e dólar em alta: veja reação do mercado à guerra na Rússia
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Com a invasão da Rússia à Ucrânia, todas as bolsas europeias fecharam em queda na tarde desta 5ª feira (24.fev). Os resultados seguem a tendência que vem sendo observada desde que a crise entre os países se intensificou no leste europeu. 

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As crescentes tensões envolvendo Rússia e Ucrânia têm afetado a economia global pela incerteza que geram nos agentes econômicos. A partir disso, com a guerra iniciada após tropas russas invadirem o território ucraniano, o mercado financeiro respondeu de forma negativa.

"A bolsa de Milão teve a maior queda, caindo 4,11%, seguida da bolsa de Frankfurt, que caiu 3,96%; Paris, com queda de 3,83%; Londres com -3,73%; e Madri, que teve a menor queda, de -2,86%", explica Sean Butler, mestre em economia pelo IBMEC/RJ e sócio-fundador da Golfinvest/XP Investimentos.

Além disso, o principal índice do mercado de ações da zona do euro, o Stoxx, também caiu 3,19%. Em relação ao mercado de ações, o Euro Stoxx 50 registrou queda semanal de 6,91% -- uma das piores quedas da década.

Já nos Estados Unidos, apesar de o país estar bastante envolvido com a crise europeia, a queda nas bolsas foi bem menos acentuada. Isso se deve, em parte, à declaração do presidente norte-americano Joe Biden de que os países do G7 -- grupo que reúne as maiores economias do mundo -- estão alinhados e vão aplicar a maior sanção econômica da história à Rússia. 

O dólar, na 4ª feira (23.fev), subiu contra praticamente todas as moedas emergentes. Em comparação com o rublo russo, a alta foi de 7,16%. 

Petróleo e gás

Em contrapartida, Butler explica, há o risco de uma escalada ainda maior dos preços do petróleo, em função da Rússia ser um grande produtor de petróleo e de gás. O preço do barril de petróleo tipo Brent já passou de US$ 100, chegando a US$ 105,34. O último registro similar foi em 2014, com o mesmo barril custando US$ 105.

"O petróleo tipo WTI acumula 6,5% de alta, o que preocupa eminentemente os bancos centrais, principalmente o nosso, visto o impacto do preço do petróleo nos preços dos combustíveis e, por sua vez, na inflação, na produção de alimentos, e em toda a cadeia", ressalta o economista. 

O gasoduto russo Nordstream 2, que passa pela Ucrânia, é outro dos fatores que interferem na escalada de tensão no leste europeu e, consequentemente, na economia mundial. As incertezas entre os países da Europa Ocidental acabam criando forte insegurança sob o funcionamento do mercado de gás natural, fonte de geração de eletricidade mais relevante da região. 

Sabendo da necessidade da União Europeia diante de seu produto, a Rússia, por diversas vezes, ameaçou interromper o fornecimento caso não tenha os seus interesses atendidos pelo Ocidente.

"A iminência de um rompimento entre Oriente e Ocidente seria catastrófico para a economia já combalida do velho mundo, após a covid", pontua Butler.

"Entretanto, o pior cenário, na minha leitura, seria esse que já se está vivendo em termos de energia, pois não acredito num avanço maior da Rússia nesse setor, o que impactaria bastante os mercados pela dimensão da incerteza do momento", arremata. 

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