Exposição Cyberland, no Museu Catavento (SP), alerta para os perigos que uso exagerado das rede pode causar
Evento com diversas interações para pais, crianças e adolescentes vai até o dia 28 de janeiro
Gudryan Neufert
Um dos maiores enigmas a serem desvendados pelos pais, em relação aos filhos das chamadas gerações "alpha" e "z", é o ponto de equilíbrio entre o uso dos celulares e uma diversão que incentive a coordenação motora, a convivência presencial. Em São Paulo, uma alternativa é um espaço multicultural, onde um dia inteiro é muito pouco para conhecer todas as surpreendentes curiosidades.
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Em uma interação que usa bolas coloridas, a criança é convidada a usar uma balança para equilibrar a vida real. Para cada três horas jogando na internet com os amigos, a compensação de duas horas com os pais. Uma mãe orienta a filha: "Olha, é para você colocar uma bola no peso o tempo que fica com os amigos jogando e no outro peso o tempo que você fica com os pais."
É uma luta inglória para os pais da geração alpha. Segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o mundo digital atrai 95% das crianças e dos adolescentes entre 9 e 17 anos de todo o país. Em um quadro com pregos e linhas ligadas a eles, o visitante traça, literalmente, uma linha da rotina diária e acaba percebendo quanto tempo passa diante de uma tela. A média mundial é de mais de 9 horas. Quando se entra na internet, o mundo é colorido, mas o usuário não sabe quem está pelo caminho ou do outro lado da tela.
O anonimato não isenta ninguém. Em caso de crime, como a ofensa, é possível a identificação. Até menores podem ser processados. Está na lei. Não é fácil, mas a vigilância em casa é necessária.
O primeiro acesso acontece cada vez mais cedo. Uma em cada 4 crianças começa a conhecer a internet com menos de seis anos de idade. Por isso, de acordo com os especialistas, o papel dos pais é ainda mais importante.
"Conforme a gente vai tendo os aplicativos de busca por áudio, a criança, desde muito cedo, aprendeu a falar, já pode fazer busca na internet. O que acontece: de preferência, os pais estarem sempre perto quando ela está fazendo busca de alguma coisa na internet ", afirma a psicóloga Andrea Jotta.
Nilsângela Souza, dona de uma editora, tem um filho de 8 anos. Ela criou regras para o menino usar o celular. "Nas férias, está muito puxado. Meu filho usa o celular uma hora de manhã e uma hora a tarde. No entanto, as vezes, à tarde, quando eu tiro, ele fica emburrado", afirma ela.
Outra visitante, que também levou a filha pra conhecer as interações da exposição, diz que a estratégia é tentar distraí-la com outros afazeres longe da tela: "A gente tem que diversificar as atividades, colocar outras atividades no dia dela, colocar ela na escola de música, ela faz ginástica, natação pra poder ter um leque de opções pra tirar ela da tela", afirma Jaciara Almeida.