SBP divulga manifesto pedindo urgência na vacinação de crianças contra covid
Segundo entidade, taxas de mortalidade e letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo
SBT News
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou, na tarde de 6ª feira (24.dez), um manifesto defendendo a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 e pedindo urgência na ampliação da campanha de imunização por parte do Ministério da Saúde. Segundo a entidade, a doença já infectou 1,4 mil crianças da faixa etária e vitimou mais de 300.
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"A vacina contra a covid-19 se apresenta como uma alternativa real de controle e prevenção destes desfechos da doença e que está ao alcance dos responsáveis pelas políticas públicas de saúde do nosso país", diz o texto. "A SBP vem a público reafirmar sua posição incondicional em defesa da saúde e da vida das crianças e adolescentes, apoiando a urgente implementação de estratégias que permitam minimizar o risco de complicações e reduzir as hospitalizações e mortes do público infantojuvenil associadas à covid-19."
Na última 5ª feira (23.dez), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as mortes pela doença entre crianças estão em nível que não demanda "decisões emergenciais". Posteriormente, o ministro declarou que o governo federal vacinaria o público, mas mediante a apresentação de prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais. A declaração, no entanto, foi rejeitada por alguns Estados.
"Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo", ressaltou a SBP.
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A imunização infantil pela vacina da Pfizer foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 16, mas vem sendo pauta no governo federal. Segundo Queiroga, a pasta deverá divulgar um parecer sobre o assunto apenas na primeira semana de janeiro, depois de uma reunião entre os membros. Uma consulta pública virtual também foi aberta para debater a questão.
Ainda conforme o manifesto, a SBP afirmou que "o Brasil se encontra diante de hospitalizações, sequelas e mortes que são passíveis de prevenção em sua grande maioria". "Ignorar este fato, minimizar sua importância e afirmar que elas são aceitáveis não são atitudes esperadas das autoridades. A sociedade espera e merece outro tipo de postura e de compromisso com a saúde das crianças e adolescentes do Brasil", finalizou a entidade.