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Depois de Heleno, CPMI foca em ex-comandantes das Forças Armadas

Base de governo quer ouvir Garnier (Marinha), Freire Gomes (Exército) e Baptista Jr. (Aeronáutica); pedidos serão votados na 5ª feira

Depois de Heleno, CPMI foca em ex-comandantes das Forças Armadas
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A CPMI do 8 de Janeiro decide agora se vai convocar os ex-comandantes das Forças Armadas do governo Jair Bolsonaro (PL), depois de ouvir o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, nesta 3ª feira (26.set), em uma sessão de mais de 8 horas, repleta de confusões e indefinições.

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Após a divulgação de conteúdo do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordem do Planalto no governo Bolsonaro, a base de apoio do governo centrou fogo nos militares de alta patente e usou o conteúdo para confrontar Heleno. 

O principal foco é o ex-chefe da Marinha, almirante Garnier, que teria sido citado na delação de Cid, com a Polícia Federal. Bolsonaro teria debatido uma intervenção militar com três ex-comandantes. Garnier teria apoiado o movimento.

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Almir Garier (ex-comandante da Marinha) ao lado de Bolsonaro | PR

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, apresentou na semana passada pedido de convocação do almirante e do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica.

O ex-mininistro general Braga Neto também tem convocação aprovada e deve ser ouvido na próxima semana pela CPMI.

Nos pedidos da relatora há ainda o de transferência dos dados dos relatórios de inteligência financeira do Coaf do Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Há ainda o pedido de convocação de supostos financiadores, como o empresário Meyer Nigri. Pelos parlamentares da base bolsonarista, há e do ex-comandante da Força Nacional de Segurança José Américo de Souza Gaia.

Os requerimentos seriam votados nesta 3ª feira (26.set). Sem acordo entre os membros da base de apoio do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os da oposição, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), informou que vai levar os pedidos à votação na sessão da próxima 5ª feira (28.set). No mesmo dia, Allan Diego, um dos condenados pela tentativa de atentado a bomba no aeroporto, será interrogado.

Heleno

Nesta 3ª feira, o general da reserva classificou de "fantasia" o conteúdo revelado da delação premiada de Mauro Cid, negou qualquer envolvimento com tentativa de golpe de Estado e com os acampamentos golpistas e quase não deixou perguntas sem respostas. Foram 45 parlamentares inscritos para questionar o ex-ministro do GSI de Bolsonaro, que foi ouvido por cerca de 8 horas.

"O tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões. Não existe essa figura de o ajudante-de-ordens sentar numa reunião dos comandantes de Forças e participar da reunião. Isso é fantasia" afirmou o general Heleno.  

+ Na reta final, CPMI do 8/1 usa delação de Cid e mira em Bolsonaro

O ex-chefe do GSI de Bolsonaro foi interrogado das 10h da manhã até as 19h30. Respondeu a quase todas as perguntas dos parlamentares, apesar de ter uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe garantia o direito de permanecer calado.

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Parlamentares bolsonaristas posam com Heleno para foto na CPMI | Marcos Oliveira/Agência Senado

Um dos principais focos dos parlamentares da base aliada foi a delação e o suposto envolvimento do alto comando das Forças Armadas. "Estão apresentando trechos dessa delação, que está ainda sigilosa." 

General Heleno negou qualquer envolvimento com tentativas de golpe e isentou Bolsonaro ao longo do depoimento, em mais de um momento. O ex-chefe do GSI negou também qualquer relação com a "minuta do golpe" - documento apócrifo encontrado pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que previa uma intervenção. "Eu nunca recebi nem nunca ouvi falar", disse Heleno. 

"O presidente da República disse várias vezes na minha presença que ele jogaria dentro das quatro linhas. E eu não tive intenção em nenhum momento de fazer o presidente sair das quatro linhas."

Heleno chegou cedo ao Congresso e não saiu da mesa da presidência da CPMI durante quase todo interrogatório. Em sua fala inicial, o ex-chefe do GSI negou que tivesse atuado politicamente no cargo. "Jamais me vali de reuniões ou palestras para tratar de assuntos eleitorais ou assuntos político-partidários com meus subordinados no GSI."

No final da sessão, quando parlamentares da base de Lula já havia deixado o local, alguns membros da base bolsonarista posaram para uma foto como Heleno na mesa da CPMI.

Tumultuo

A sessão da CPMI do 8/1 nesta 3ª feira teve bate-boca entre os parlamentares, a expulsão do deputado Abílio Brunini (PDT-MG) do plenário e palavrão.

Logo pela manhã, houve um momento de irritação do general Heleno, que repercutiu o dia todo nas redes sociais da internet e no noticiário. A relatora quis saber se ele acreditava que houve fraude nas eleições de 2022 e depois de uma resposta inconclusa afirmou que o general havia mudado de ideia sobre o tema.

+ Heleno se irrita com relatora da CPMI, fala palavrão e passa a não responder perguntas de governistas

Heleno então vira para o advogado ao lado, sem desligar o microfone e esbraveja em bom som: "Ela fala as coisas que ela acha que estão na minha cabeça... po.., é para ficar p..., né?".

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Duda Salabert conversa com Maia, em depoimento de Heleno | Marcos Oliveira/Agência Senado

Depois um embate entre o presidente da CPMI e o deputado bolsonarista Abílio Brunini (PL-MT) esquentou ainda mais a sessão, antes do intervalo do almoço. 

+ Presidente da CPMI manda deputado bolsonarista deixar sessão

Após reclamações da fala da deputada Duda Salabert (PDT-MG), Maia advertiu o parlamentar. "Deputado Abílio estou lhe chamando a atenção pela primeira vez", disse Maia. "Se vossa excelência continuar nesse ritmo, eu vou providenciar para que vossa excelência.." 

Brunini retrucou: "o senhor vai fazer o quê? Chega dessa palhaçada, toda vez essa ameaça".

Maia então irritou-se: "Vossa excelência vai sair do recinto agora". 

Leia também:

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