Coronel que pediu intervenção militar nega tentativa de golpe na CPI do 8/1
Jean Lawand Júnior, coronel do Exército, afirma que "em momento nenhum falou sobre golpe"
Em depoimento à CPI mista do 8 de Janeiro, nesta 3ª feira (27.jun), o coronel Jean Lawand Júnior, do Exército, afirmou que "em momento nenhum falou sobre golpe". O militar das Forças Armadas foi convocado na condição de testemunha após aparecer em trocas de mensagens telefônicas com o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid.
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Em uma das mensagens apreendidas no celular de Cid, Lawand pedia que Bolsonaro avalizasse uma intervenção militar após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta manhã, durante a fala introdutória, o militar negou ter conspirado contra o Estado Democrático de Direito.
"Em nenhum momento eu falei sobre golpe, em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento eu quis quebrar, destituir, agredir qualquer uma das instituições, porque isso não faz parte do que eu aprendi durante toda a minha carreira, toda a minha vida. Falo isso aos senhores do fundo do meu coração", disse o coronel aos parlamentares.
Após a declaração, o coronel foi acusado de mentir ao colegiado. O deputado Rogério Correia (PT-MG) chegou a propor a prisão do militar na CPI. O pedido foi endossado por outros parlamentares governistas. "Não podemos engolir", disparou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Lawand relatou, ainda, que foi "muito infeliz" em suas declarações. "Sou um simples coronel conversando num grupo de WhatsApp com um amigo. Não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do alto comando. Então, fui infeliz, me arrependo", defendeu.