Flávio Bolsonaro faz "apelo" e diz que Silveira é "tratado como marginal"
Em pronunciamento ao lado de Daniel Silveira, senador pediu que ministro reconsidere decisão

SBT News
O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) fez um "apelo" ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que revogue a ordem à Polícia Federal para instalar uma tornozeleira eletrônica no deputado Daniel Silveira (União-RJ). Segundo o senador, a decisão é "exagerada" e Silveira está sendo "tratado como marginal".
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O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à Câmara para fazer uma declaração à imprensa na noite desta 4ª feira (30.mar), ao lado de Daniel. No pronunciamento, disse fazer um "apelo" a Moraes: "Que possa tocar nele, no seu coração, o bom senso, o senso de Justiça".
O deputado Daniel Silveira (União-RJ) deixou o gabinete ao lado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O filho do presidente saiu em defesa de Silveira, e fez um apelo para que o ministro Alexandre de Moraes revogue a decisão contra o deputado sobre tornozeleira eletrônica. pic.twitter.com/YkTCahSmBQ
? SBT News (@sbtnews) March 30, 2022
Segundo o senador, as ameaças de Daniel Silveira ao Supremo e aos ministros foram uma "opinião" e que uma pessoa que as expressa não pode "passar pelo que ele está passando. Sendo tratado como marginal". "É uma pessoa do bem, que sempre defendeu o lado da lei", completou.
Flavio também disse que as decisões contra Silveira podem parecer à sociedade "uma espécie de vingança" por parte do ministro do STF. "Não é dessa forma que se faz Justiça. O Judiciário tem que cumprir a Constituição", declarou.
Ao deixar o local do pronunciamento, Daniel também falou rapidamente com a imprensa. "Não existe condicionante. Se colocar a tornozeleira, está acabando com o Legislativo. É letra de lei", afirmou. O deputado ainda disse que a noite que passou na Câmara para evitar que a ordem fosse cumprida foi "agradável", mas não respondeu se dormiria mais um dia na Casa.
Entenda o caso
Réu no Supremo, Silveira chegou a ser preso, mas foi liberado em novembro do ano passado com a condição de não se comunicar com outros investigados e ficar fora das redes sociais. Na 3ª feira (29.mar), Moraes ordenou à Polícia Federal e à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal que procedam a fixação imediata do equipamento de monitoramento eletrônico, mesmo dentro da Câmara, se necessário.
Para evitar o cumprimento da decisão, Silveira está, desde 3ª, na Câmara dos Deputados, tendo, inclusive, passado a noite em seu gabinete. Ele afirma que só vai acatar a ordem do ministro após análise dos outros deputados.
Em nota divulgada nesta 4ª, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a Casa é inviolável e "deve ser preservada". Ele também cobrou que o STF julgue o caso "o mais rápido possível".