Sob protesto de Onyx Lorenzoni, DEM aprova fusão com PSL
Ministro do Trabalho e Previdência se opôs. Se aprovado, "União Brasil" terá a maior bancada da Câmara
Sob protestos do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, a convenção do Democratas (DEM) aprovou nesta 4ª feira (6.set) a fusão entre a sigla e o Partido Social Liberal (PSL). Se aprovado, o "União Brasil", resultado da junção das duas legendas, será o partido com maior bancada na Câmara (81) e o maior de centro-direita do país. O processo será encaminhado para formalização ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Em votação partidária sobre o tema, Onyx foi o único a se colocar contra a fusão. O ministro do governo Bolsonaro também fez uma série de questionamentos sobre a união das siglas e chegou a apresentar um requerimento pedindo que o novo partido apoie a reeleição de Jair Bolsonaro. O pedido não foi aprovado.
A principal prerrogativa do ministro foi citar que todos os delegados terão direito "a vez e voto". Isto é, que se tomem decisões que influenciem a sigla mesmo sem terem recebido uma grande quantidade de votos. "Eu fui o segundo deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul, eu fiz 184 mil votos, eu me acho no direito de estar em qualquer partido e ter direito a voz e voto. Não estou representando a mim mesmo, estou como representante do meu estado e do meu país", disse.
Antes do evento, os diretórios dos partidos aprovaram a união. O PSL por votação e, o DEM, por aclamação. De acordo com o presidente nacional do DEM, ACM Neto, não haverá nenhuma alteração, com relação à fusão dos partidos, nos estados e municípios até que o TSE aprecie o tema. Segundo ele, o processo deve levar de dois a três meses para ser analisado pelos ministros.
Neto destacou ainda que o objetivo é conquistar o eleitorado para as próximas eleições: "Nós vamos dedicar tempo e, acima de tudo, bom senso para procurar o melhor caminho de composição nos estados, a fim de que a União Brasil efetivamente chegue em 2022 com a possibilidade de ser o partido mais vitorioso nas urnas, respeitando a história e a contribuição que cada um vem dando ao Democratas".
Eleições de 2022
De olho nas eleições de 2022, as cúpulas das siglas já se preparam para lançar candidatos ao governo de ao menos 11 estados. Além dos Executivos estaduais, a nova legenda mira em algo maior: a Presidência do país.
Dentro do futuro partido, há três pré-candidatos: Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde; José Luiz Datena (PSL), apresentador; e Rodrigo Pacheco (DEM), presidente do Senado, mas que evita já se colocar como uma opção ao Palácio do Planalto. O ex-juiz Sergio Moro também flerta com a futura sigla, mas ainda não bateu o martelo sobre a qual legenda se filiará.