Polícia de São Paulo prende suspeito de chefiar quadrilha do novo cangaço

A polícia de São Paulo prendeu um suspeito de chefiar uma quadrilha especializada em explodir agências bancárias em cidades do interior numa ação conhecida como novo cangaço. Segundo as investigações, o criminoso comandou três assaltos no estado, em pouco mais de um mês.

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Fausto Ricardo Machado Ferreira, de 45 anos, é apontado pela polícia como chefe do bando. Ele foi preso pelos policiais da Delegacia de Roubo a Bancos em uma lanchonete na capital paulista, onde o chefão do cangaço parou pra comer um kibe.

O criminoso foi levado para São Francisco Xavier, um distrito de São José dos Campos (SP), que foi aterrorizado por Fausto e sua quadrilha, no dia 6 de agosto. Os bandidos explodiram duas agências bancárias. Segundo a polícia, Fausto usava uma calça camuflada e estava armado com um fuzil.

"Ele já respondeu por duplo homicídio, por latrocínio, é um sujeito bem conhecido no crime, bem conhecido nessa modalidade que eles praticam, já foi preso com explosivo", afirma o delegado Pedro Ivo Correia dos Santos.  

O assaltante se recusou a participar de uma perícia de reconstituição. O carro usado por Fausto, localizado depois do crime, também foi levado para São Francisco Xavier. Nele, foram encontrados vestígios da tinta vermelha dos caixas eletrônicos, que mancham as notas em casos de explosão.

O bando fez outros dois assaltos no interior do estado. No dia primeiro de julho, os bandidos atacaram duas agências bancárias em Santa Branca (SP). De acordo com as investigações, um vídeo mostra os policiais militares fugindo dos tiros disparados por Fausto. Vinte dias depois, os ladrões explodiram dois caixas eletrônicos instalados em um posto de combustíveis, em Atibaia (SP).

Antes de ser preso, Fausto foi seguido e filmado por policiais. Até na feira, enquanto ele comia um pastel. Os investigadores esperaram o momento ideal para prender o assaltante sem que houvesse um confronto. Segundo a polícia, o chefe do novo cangaço participou de outros ataques em que escapou de ser preso. Um deles seria o mega-assalto a uma transportadora de valores, no Paraguai, em 2017. "Suspeito de ter participado do roubo no Paraguai, suspeito de ter praticado roubo em Criciúma (SC)", diz o delegado. 

A prova contra esse tipo de criminoso não é fácil de ser encontrada. Fausto não deixa impressões digitais nem mostra o rosto nas ações. A polícia vai utilizar uma nova ferramenta de investigação que identifica o suspeito pela forma de andar, de carregar a arma e até de atirar. Neste caso, os quase dois metros de altura de Fausto ajudaram a polícia. No começo da noite desta 6ª feira (1°.set) os investigadores apreenderam os fuzis, a munição e os explosivos usados pela quadrilha do novo cangaço.