Rússia deixa de emitir passaporte para convocados de guerra
Restrição acontece quando milhares de cidadãos tentam fugir da mobilização parcial
O governo russo informou, nesta 4ª feira (28.set), que deixará de emitir passaportes aos convocados para o serviço militar. A restrição vale para a maioria dos países, exceto para algumas nações fronteiriças, como Bielorrúsia e Cazaquistão, e para territórios mais próximos, como Armênia e Quirguistão, onde a entrada é permitida um por documento.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Se um cidadão já foi convocado para o serviço militar ou recebeu uma convocação (para mobilização ou alistamento), o passaporte internacional será recusado", diz o texto no portal governamental. "Neste caso será feito um aviso ao cidadão para explicar o motivo da recusa e o prazo de validade dessa recusa", completa.
O anúncio acontece em um momento onde milhares de cidadãos tentam fugir, por meio do ar ou terra, da mobilização parcial. Dados da agência UE Frontex, por exemplo, mostraram que, apenas na última semana, a quantidade de russos atravessando a fronteira com países integrantes da União Europeia cresceu 30%, totalizando quase 66 mil pessoas.
A maioria dos cidadãos segue para destinos como Finlândia e Estônia, que já receberam mais de 30 mil civis. Outros locais fora do bloco europeu também registram altos números de travessias, como a Geórgia, que contabilizou 21,2 mil de passagens em dois dias.
+ "Não há mais conversa com a Rússia", diz Zelensky após referendos
A mobilização deve marcar uma nova escalada na ofensiva na Ucrânia. Isso porque, na 3ª feira (28.set), os aliados do presidente russo, Vladimir Putin, anunciaram vitória no plebiscito para anexar quatro territórios ucranianos ao país. Apesar da votação ser considerada ilegal pela comunidade internacional, o líder russo deve anunciar a tomada das regiões ainda nesta semana, enviando mais tropas aos locais.