Violência contra jornalistas cai em 2024, mas cenário ainda preocupa
Relatório da FENAJ aponta 144 casos no Brasil, com aumento de censura e assédio judicial; 122 profissionais foram mortos no mundo

SBT News
O Brasil registrou 144 casos de violência contra profissionais da imprensa em 2024, segundo divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas nesta terça-feira (20). Apesar da redução de 20% em relação a 2023, o número ainda é considerado elevado.
De acordo com o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, as agressões físicas diminuíram de 40 para 30 casos, mas incluem situações extremas como tentativas de homicídio e disparos com arma de fogo. Além disso, ameaças e intimidações seguem em alta, com 35 registros, cerca de 24% do total.
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Enquanto os ataques físicos diminuem, cresce o uso de ações judiciais para intimidar profissionais da imprensa, prática agora chamada de “assédio judicial”, termo que a federação utiliza "para destacar o caráter sistemático e abusivo dessas medidas". Muitas delas partem de políticos, empresários e líderes religiosos.
A censura também aumentou, impulsionada por decisões judiciais e pressões institucionais. O período eleitoral concentrou quase 40% dos casos, com julho como o mês mais violento. Estados como São Paulo, Bahia e Paraná aparecem entre os que mais registraram casos, especialmente em cidades fora dos grandes centros.
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O relatório também chama atenção para a violência de gênero, onde 52,60% dos registros tiveram como alvo jornalistas do sexo masculino, 30,52% mulheres, e 16,86% dos casos foram ataques coletivos ou em que não foi possível apurar o gênero.
Já no cenário global, a situação também é alarmante: 122 jornalistas foram mortos em 2024, a maioria na Faixa de Gaza, na Palestina.
Para a entidade, a queda nos números não significa avanço real e exige medidas urgentes para proteger jornalistas, garantir segurança no exercício da profissão e defender a democracia.