Rendimento mensal do 1% mais rico é quase 40 vezes maior que dos 40% mais pobres no Brasil, diz IBGE
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) aponta aumento no valor médio recebido em 2023, mas desigualdade segue alta

Rodrigo Vasconcelos
O grupo de 1% dos brasileiros que detêm o maior rendimento médio por mês recebe quase 40 vezes mais do que os 40% da população que integra a faixa de menor renda do país. Esses e outros dados foram divulgados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19).
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O resultado mostra a desigualdade social segue acentuada no Brasil, segundo o IBGE. O Índice de Gini, métrica para avaliar a concentração de renda, se manteve em 0,518, mesmo número registrado em 2022.
Para efeito de comparação, o indicador (que vai de 0 a 1 para indicar igualdade ou desigualdade) registrou o maior valor em 2018: 0,548.
Apesar desses números, a PNAD Contínua aponta que houve aumento do rendimento médio mensal real domiciliar per capita em todas as faixas de renda da população brasileira em 2023: alta geral de 11,5%, na comparação com o ano anterior.
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Os 40% da população que integram o grupo mais pobre do país receberam por mês, em média, R$ 527, o que representa o maior valor da série histórica medida pelo instituto, e um aumento de 12,6% em comparação com a renda média em 2022.
Segundo a pesquisa, o crescimento da renda se baseou não só no pagamento do Bolsa Família, mas também na melhora do mercado de trabalho.
Enquanto isso, o rendimento médio mensal dos 10% da população mais rica chegou a um valor per capita de R$ 7.580 em 2023, registrando 12,4% de aumento. A faixa do 1% mais rico recebeu, em média per capita, R$ 20.664 no ano passado.