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Presidente da COP30 pede "mutirão global" contra mudanças climáticas: "Podemos vencer de virada"

Em carta aberta, embaixador usa analogia do futebol ao pedir "ação coletiva" de países: "Lutar para virar o jogo quando a derrota parece quase certa"

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Presidente da COP30: "Eventos climáticos extremos afetarão cada vez mais todos os países, todas as comunidades e todos os indivíduos, sobretudo os mais vulneráveis" | Divulgação/Paulo Pinto/Agência Brasil
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O presidente da COP30, André Aranha Corrêa do Lago, quer que a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) inicie um "mutirão global" contra mudanças climáticas. O embaixador divulgou uma longa carta aberta nesta sexta-feira (10) com objetivos e apelos para o evento, que será realizado entre 10 e 21 de novembro, em Belém.

Corrêa do Lago defendeu a importância da COP30 como "a primeira a ocorrer indiscutivelmente no epicentro da crise climática e a primeira a ser sediada na Amazônia, um dos ecossistemas mais vitais do planeta e que, de acordo com os cientistas, agora corre o risco de ponto de inflexão irreversível".

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O embaixador reforçou que a urgência climática afeta principalmente pessoas mais pobres, que "sofrem cada vez mais". "Inevitavelmente, os eventos climáticos extremos – e os possíveis pontos de inflexão climática – afetarão cada vez mais todos os países, todas as comunidades e todos os indivíduos, sobretudo os mais vulneráveis", lamentou.

André Aranha Corrêa do Lago, presidente da COP30, publicou carta aberta com objetivos da conferência do clima da ONU | Reprodução
André Aranha Corrêa do Lago, presidente da COP30, publicou carta aberta com objetivos da conferência do clima da ONU | Reprodução

Por isso, o presidente da COP30 vê 2025 como decisivo. "Tem de ser o ano em que canalizaremos nossa indignação e tristeza para uma ação coletiva construtiva. A mudança é inevitável – seja por escolha ou por catástrofe. Se o aquecimento global não for controlado, a mudança nos será imposta, ao desestruturar nossas sociedades, economias e famílias", escreveu.

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Nesse sentido, o embaixador comentou que ação coletiva permitirá ao mundo "reescrever um futuro diferente".

"A cultura brasileira herdou dos povos indígenas nativos do Brasil o conceito de "mutirão" ("Motirõ" em tupi-guarani), que se refere a uma comunidade que se reúne para trabalhar em uma tarefa compartilhada, seja colhendo, construindo ou apoiando uns aos outros. Ao compartilhar essa inestimável sabedoria ancestral e tecnologia social, a presidência da COP30 convida a comunidade internacional a se juntar ao Brasil em um mutirão global contra a mudança do clima, um esforço global de cooperação entre os povos para o progresso da humanidade", disse Corrêa do Lago.

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O embaixador ainda usou analogia do futebol para afirmar que um "mutirão global" pode fazer com que o mundo vença mudanças climáticas "de virada". "Isso significa lutar para virar o jogo quando a derrota parece quase certa. Juntos, podemos fazer da COP30 o momento em que viramos o jogo, quando colocamos em prática nossas conquistas políticas e nosso conhecimento coletivo sobre o clima para mudar o curso da próxima década", continuou.

Esse "mutirão global", segundo Corrêa do Lago, não deve envolver apenas governos nacionais, mas também municipais e outras esferas da sociedade: "Dos mercados de capitais internacionais às pequenas lojas de bairro, dos principais agentes tecnológicos aos inovadores locais, dos conhecimentos acadêmicos aos tradicionais".

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