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Levantamento mostra que pelo menos oito remédios contra o câncer não obedecem ao prazo de entrega

Pacientes também reclamam que o valor repassado pelo Ministério da Saúde aos hospitais não cobre o custo

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Cálculo de reajuste dos remédios é baseado na inflação acumulada até fevereiro | Pexels
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Pacientes de câncer reclamam que novos medicamentos incorporados ao SUS demoram muito para chegar, e que o valor repassado pelo Ministério da Saúde aos hospitais não cobre o custo.

Um levantamento feito por uma instituição de apoio a pessoas com câncer lista pelo menos oito remédios que não obedecem ao prazo máximo estipulado, que é de 180 dias, e reembolsos prometidos.

A lista alerta que o erlotinibe, usado no tratamento de câncer de pulmão, pode demorar nove anos para chegar aos pacientes. O estudo também mostra que o valor repassado do SUS para os hospitais que fornecem os medicamentos é muito inferior ao custo mensal.

O trastuzumabe, para câncer de mama, custa mais de R$ 18 mil por mês, e o repasse é de apenas R$ 34. O tempo médio de entrega é de 304 dias.

A fisioterapeuta Luciana Valejo precisou recorrer à Justiça para ter acesso a esse medicamento: "são noites e noites sem dormir, pensando se vai dar certo, se o tempo está hábil, se você está perdendo tempo, é uma briga, é um cabo de guerra com a doença, é desgastante".

Os centros de saúde que atendem pelo SUS precisam usar recursos próprios, e dependem de doações e emendas parlamentares para dar um retorno positivo aos pacientes que necessitam desses remédios de alto custo.

Há sete meses, a adolescente Sabrina Victória, de 16 anos, recebeu o diagnóstico QUE estava com neuroblastoma em estágio 4, um tipo de câncer que ataca o sistema nervoso.

"Disseram que eu tinha seis meses, por aí, porque esse é um tratamento muito complicado. No começo foi um baque, eu fiquei muito nervosa, com medo", conta a adolescente.

Ela e a mãe moravam no Rio de Janeiro. Por lá, Sabrina não conseguiu ter acesso ao medicamento indicado a pronta-entrega. Desesperada, a mãe começou a buscar ajuda.

"Eu fiz o que acho que qualquer mãe faria. Eu, por conta própria, comecei a enviar e-mail pra vários hospitais pedindo pelo amor de Deus pra aceitar o caso da minha filha", conta Elaine Alves.

Numa verdadeira corrida contra o tempo, elas tomaram uma decisão: se mudaram para São Paulo em busca de esperança.

"Deixei tudo pra trás, deixei amigos, deixei meu irmão. A gente está com muita esperança de que a gente vai conseguir, de verdade", afirma.

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