Risco zero para Cid e o pai perderem salários na Justiça Militar
Mesmo em caso de reclusão maior do que dois anos, renda iria para a família dos militares

Leonardo Cavalcanti
O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid e o pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, poderão até ser punidos pela Justiça Militar por indignidade, mas os salários e aposentadorias do Exército continuarão irrigando as contas da família.
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Na prática o que ocorre: caso condenados pela justiça comum por mais de dois anos, pai e filho passam por um julgamento ético no Superior Tribunal Militar, numa ação chamada Representação para Declaração de Indignidade e Incompatibilidade para o Oficialato.
Declaração de "morte": caso sejam condenados no tribunal ético, num julgamento que avalia toda a carreira, o artº 99 do Código Militar prevê a perda das condecorações e patentes. Por fim, são declarados "mortos" para as Forças Armadas. Com amparo legal, mulheres ou demais beneficiários recebem renda equivalente ao salário do último posto.
Do que se trata: o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e o general, amigo do ex-presidente, são alvos da Policia Federal por venda de presentes oficiais recebidos pelo governo. São suspeitos de peculato e lavagem de dinheiro, crimes com penas de mais de dois anos de prisão, podendo chegar a 12 e 10 anos de prisão, respectivamente.
Por que isso importa: as descobertas da Polícia Federal enfraquecem o discurso "moralizador" dos bolsonaristas e abalam ainda a imagem do Exército, que, mais do que a Marinha e Aeronáutica, se vinculou além dos limites a Bolsonaro.
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