Casos de meningite crescem 32% em São Paulo no primeiro semestre

O estado de São Paulo registrou um aumento de 32% nos casos de meningite de janeiro até junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

A meningite é uma doença grave, que pode levar à morte. Quanto mais cedo for diagnosticada, maior a chance de cura, como lembra a enfermeira responsável pelo programa de imunização do estado de São Paulo, Maria Lígia Bacciote Ramos Nerger: "é uma doença grave, tem letalidade de 20% a 30%, dependendo do local onde a pessoa foi atendida e da precocidade do diagnóstico". 

A meningite é transmitida de duas formas: por contaminação de alimentos e água ou por vias respiratórias. Os sintomas mais comuns são bem parecidos com os de uma virose: febre, cansaço, dor de cabeça e vômito, mas tem um que difere de todas as outras doenças, a rigidez na nuca.

Isso porque a meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Se não fora tratada rápido, a doença pode trazer outras complicações, como paralisia, sequelas neurológicas, infecção generalizada e até a morte.

A principal forma de prevenção é a vacina, que protege contra os tipos mais comuns de bactérias causadoras da doença. Só que a cobertura vacinal vem caindo desde 2016. Hoje, ela atinge 81% nas crianças até 1 ano, e 43% nos adolescentes de 11 a 14 anos. O imunizante é disponibilizado de graça na rede pública.

"Se a mãe tem dúvida com relação ao esquema de vacinação, procure uma unidade de saúde pra que seja avaliada a situação vacinal dessa criança e ela receber essa dose que está faltando", diz a enfermeira.

A vida da secretária Rosineide Lima Pereira de Freitas é divida em antes e depois da meningite. Por causa da doença, ela ficou dois meses na UTI, desacordada, até apresentar melhora. Ela não era vacinada. Hoje, ainda lida com as sequelas.

"Eu perdi 50% da audição do ouvido esquerdo, e aí ganhei um quadro de vertigem, tontura, que me acompanha até hoje", conta.