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Brasil

Os reflexos da alienação parental depois de adulto

Casos cresceram quase 50% nos últimos três anos no país

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No segundo e último episódio da série "Entre Pais", você vai conhecer a história de quem enfrenta reflexos da alienação parental -- mesmo depois de adulto. A repórter Simone Queiroz também mostra que -- por outro lado -- a separação de um casal pode não significar, necessariamente, o fim de uma família.

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"Eu ouvia palavras e frases do tipo: você não pode sair com ele porque ele vai perder você na rua e o bicho-papão vai te pegar, velho, sujo, ele bebe cerveja e vai largar você. Ele fuma cigarro e vai te queimar."  A personagem era criança, hoje a memória sofrida pertence a Andrea Freitas, advogada criminalista carioca, mas que atende também causas de alienação parental... sabe o que é?

"De uma forma simplificada, é desqualificar a figura do outro como forma de impedir a convivência, impedir uma relação saudável entre o genitor e os filhos'".

Quem explica é Vivianne Ferreira, professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas. No Brasil, uma lei específica trata da alienação parental, situação que fere o direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável. 

Não é crime. O pai ou a mãe com esse tipo de conduta não vai preso. A justiça age revertendo o desequilíbrio no convívio com os genitores.

Na Câmara dos Deputados, atualmente, tramita um projeto que pede a criminalização do alienador, e outro, defendido pela bancada feminina, propondo a extinção da lei, por considerar que ela atinge particularmente as mães, que em sua maioria detêm a guarda dos filhos. Além disso, o estatuto da criança e do adolescente seria suficiente para garantir proteção.

Andrea se lembra bem como a mãe se referia, descrevia, desqualificava o pai. "Ele nunca pode ir numa festa de dia dos pais, porque ela não convidava, eu trazia o convite e ela escondia. Festa de 15 anos que ela não deixou ele ir, na minha formatura da faculdade eu via todo mundo com o pai e eu não,...

Os alienadores não têm noção do mal que estão fazendo e os reflexos podem ser devastadores mesmo depois de adulto." Autoestima vai la para baixo, cresce uma pessoa insegura que não confia nas próprias percepções, por exemplo, a mãe está fazendo alienação parental e fala mal do pai, aí ele vê uma coisa, um pai legal, que conversa, afetivo, e tal, e quando ele vê, ele pensa: não, minha mãe falou que é de outro jeito. "Então no que ele vai acreditar: em mim, no que eu to percebendo ou no que minha mãe falou?".

Ninguém acha que um divórcio é uma travessia fácil, mas há exemplos mostrando ser possível romper os laços de um casamento sem derrubar os alicerces de uma família. Mudar de endereço e mesmo assim fortalecer nos filhos o significado de lar.

Eles eram quatro e depois do divórcio continuam sendo quatro. Ligia Maria Morresi e Fernando Carvalheiro se separaram em 2015, mas a relação de amizade e respeito nunca foi abalada: "Logico que tem problemas difíceis de enfrentar no dia a dia, mas se você tem um foco principal, que é a harmonia dos filhos e da família, você acaba conseguindo administrar tudo isso", afirma Lígia.

Entre os pais, e em paz, está André Morresi Carvalheiro, hoje com 16 anos. "A gente está melhor hoje em dia do que era antes, talvez, porque mesmo com problemas, na hora do aperto a gente sempre está de mãos dadas". André agora está namorando, usa até aliança de compromisso...

Você acredita numa relação, no amor? Claro que acredito...

 Embora tenham um acordo de separação na justiça, a convivência se baseia no que é mais prático no dia a dia, na necessidade das crianças estarem com o pai e com a mãe. Não é um sonho encantado, mas uma vida erguida sobre o que deveria ser sempre a prioridade: ver os filhos felizes... pra sempre? tomara!

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