Projeto de casas populares de 15 m², em Campinas, divide opiniões
"É o absurdo do absurdo do absurdo", disse Lula, ao criticar iniciativa
Brenno Beretta
A construção de casas populares de 15m2 em Campinas está dividindo opiniões. Mais conhecidas como "embriões", as residências, com dois cômodos, estão sendo construídas pela prefeitura para pessoas que moram na Ocupação Mandela desde 2017 e seriam despejadas do local.
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"É uma questão pontual, não existe um programa habitacional da Prefeitura de Campinas que vai dar casa de 15 metros", disse o prefeito Dário Saadi, em resposta às críticas do presidente Lula a construção das casas.
Em live, o presidente criticou a proposta, ao dizer que "daqui a pouco estaremos construindo poleiros para que o povo possa morar. É o absurdo do absurdo do absurdo". Sobre a crítica de que viveriam sete pessoas na residência, Dário disse que "no cadastro das famílias do mandela não existe nenhuma com sete pessoas".
Cada terreno conta com 90 metros quadrados de extensão e permite a ampliação das pequenas casas populares. Cerca de 100 famílias aguardam a construção dos imóveis e já estão pagando pelas moradias, que custará 48 mil reais. Serão 300 parcelas de R$ 160.
Tamires Batista, lider da Ocupação Mandela, explicou que o projeto "foi a proposta ideal pra aquele momento, contando com as ampliações. É isso que a gente estamos batalhando para que aconteça". O projeto foi uma solução decidida em conjunto com moradores, Prefeitura e Justiça, segundo o prefeito.
Para a professora de arquitetura e urbanismo da PUC de Campinas, Laura Bueno, o modelo não é o ideal para resolver o problema habitacional da cidade, mas admite que "também nós não podemos esquecer que a tradição da produção popular de habitação no brasil é o puxadinho e começa por um cômodo e o banheiro. Depois, quando tem mais dinheiro, amplia a casa para fazer o quarto (...) A maior parte dos bairros populares é construído assim."
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