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Brasil

Mãe que perdeu filho na fila de UTI vive mesmo drama 2 anos depois

Ela tenta uma vaga para o marido realizar uma cirurgia no cérebro

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Maria de Jesus e Valmírio
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A mãe do primeiro jovem a morrer na fila de espera por uma UTI, durante a pandemia em São Paulo, enfrenta o mesmo drama dois anos depois. Ela procurou três hospitais públicos, mas não conseguiu uma vaga para fazer a cirurgia do marido, Valmírio Lopes Cardoso, que tem um cisto no cérebro e corre risco de morrer.

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O pedido de ajuda de Maria de Jesus Andrade Cardoso, de 58 anos, veio por áudio: "Meu marido, Valmírio Lopes Cardoso está precisando de uma cirurgia, tem um cisto na cabeça e o médico falou que é grave. Me ajuda, não deixa eu perder o meu marido, perdi meu filho por falta de socorro, me ajuda?"

Em março de 2021, ela perdeu o filho Renan, de 22 anos, para a covid-19 e para a falta de vagas nas UTIs da capital paulista. Na época, a prefeitura fez até um pedido de desculpas.

Contudo, a falta de vagas na saúde pública de São Paulo se repete e Valmírio precisa de uma cirurgia. Ele está perdendo os movimentos do lado direito do corpo em função do cisto no cérebro. É um caso grave, que, segundo os médicos, só pode ser tratado com uma cirurgia urgente na cabeça.

Na última 4ª feira (14.jun), Maria de Jesus fez mais uma tentativa nos hospitais públicos da cidade. Em uma UPA de Itaquera, estava tão lotado que foi preciso chamar a Polícia Militar. Valmírio foi atendido, mas ouviu a mesma explicação: não há vaga para cirurgia. A família foi a mais 3 hospitais, mas não adiantou.

No Hospital Santa Marcelina, para ser atendida com velocidade, a família optou por pagar a consulta na ala particular. Contudo, o médico disse que, vaga na cirurgia, só para quem tem dinheiro. "Ele falou fica R$ 80 mil, vocês têm condições de pagar essa cirurgia de R$ 80 mil? 'Não, pra pagar esses R$ 300 pra ta aqui com o senhor já foi difícil'", conta Maria.

No Hospital das Clínicas, eles não passaram nem da porta, porque o paciente não foi levado por uma ambulância. Na Santa Casa, a mesma resposta.

De volta à casa humilde, com fotos do filho Renan espalhadas, Maria e Valmírio seguem esperando. A pandemia acabou, mas deixou marcas profundas e incuráveis na família.

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