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Junho de 2013: 10 anos depois, relembre protestos que pararam o país

Pressão contra políticos começou com atos contra aumento das passagens

Junho de 2013: 10 anos depois, relembre protestos que pararam o país
manifestante com cartaz escrito 'saímos do facebook'
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Junho ficará marcado na história do Brasil como o mês da revolta popular. Em 2013, dez anos atrás, manifestações contrárias ao aumento no valor da passagem do transporte público tomaram as ruas de várias cidades do país. Com o passar dos dias, os protestos foram dando voz a diferentes insatisfações -- os gastos com grandes eventos, como a Copa das Confederações que começaria naquele mesmo mês, corrupção e serviços públicos, como saúde e educação.

Relembre agora a linha do tempo dos acontecimentos em junho de 2013:

Antes de junho
Em 28 de agosto de 2012, a passagem de ônibus em Natal, no Rio Grande do Norte, aumentou de R$ 2,20 para R$ 2,40. Uma série de manifestações, denominada de "Revolta do Busão", foi organizada por movimentos populares. Em 6 de setembro, o aumento foi revogado.

03 de junho
O Movimento Passe Livre (MPL), criado em 2005 para lutar pelo direito a um transporte gratuito, organizou um protesto na Estrada do M'Boi Mirim, extremo zona sul de São Paulo, para criticar o aumento de R$ 0,20 no valor da passagem do transporte público na capital paulista. O aumento, realizado pelo então prefeito Fernando Haddad (PT), passou a valer no dia anterior, 2 de junho.

06 de junho
Ocorre a primeira manifestação na Avenida Paulista, centro de São Paulo. Cerca de 2 mil pessoas participam do protesto, que termina em um confronto de policiais militares e manifestantes vestidos de preto, os chamados black blocs.

Repressão policial à manifestantes | Marcello Casal Jr./Agência Brasil

11 de junho
No quarto dia de protestos contra o aumento da passagem, um policial é ferido na Sé, região central de São Paulo. A foto roda o país.

O soldado Vanderlei Vignoli foi ferido durante protesto | Drago/SelvaSP

O motorista de um Fiat Uno, que ficou parado no trânsito durante o ato, acelera o carro e atropela manifestantes. O então governador Geraldo Alckmin cobra da Polícia Militar uma atuação mais enérgica contra os "vândalos" e "baderneiros".

13 de junho
A manifestação em São Paulo, que dessa vez contava com a presença de cerca de 5 mil pessoas, é duramente reprimida pela Polícia Militar, no que passou a ser chamado de "A Batalha da Consolação". Ao todo, 235 pessoas foram detidas e mais de 100 ficaram feridas.

A repórter da TV Folha, Giuliana Vallone, levou um tiro de bala de borracha no olho direito. O fotógrafo Sérgio Silva, que trabalhava para a agência Futura Press, também foi atingido por uma bala de borracha e perdeu a visão do olho esquerdo. O cinegrafista Ricardo Antunes, do SBT, foi atingido com spray de pimenta por um policial.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, critica a violência policial.

Sérgio Silva, fotógrafo, perdeu a visão do olho esquerdo após levar um tiro de bala de borracha | Reprodução/Redes sociais
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Ricardo Antunes, do SBT, foi atingido com spray de pimenta | Rodrigo Paiva/Estadão Conteúdo

15 de junho
Começa a Copa das Confederações no Brasil. A presidente Dilma Rousseff é vaiada na cerimônia de abertura da competição. Um protesto contra os gastos em grandes eventos acontece em Brasília, nos arredores do Estádio Mané Garrincha. É o marco de que as manifestações passaram a ter pautas mais difusas, para além do aumento no preço das passagens do transporte público.

Manifestante critica gastos com a Copa | Marcelo Camargo/Agência Brasil

17 de junho
A violência policial vista nas primeiras manifestações muda a opinião pública. O protesto do dia 17 tem adesão de milhares de pessoas. Em São Paulo, são cerca de 65 mil. No Rio, o número chega a 100 mil. Em Brasília, manifestantes sobem a rampa do Congresso Nacional.

Manifestantes sobem a rampa do Congresso | Valter Campanato/Agência Brasil

Os gritos passam a ser não só pela passagem, mas contra os gastos com a Copa, a corrupção e por investimentos em saúde e educação.

Partidos políticos, que participaram dos primeiros atos (como PSOL e PSTU), passam a ser hostilizados com os gritos de "sem partido". Jornalistas são proibidos de fazer a cobertura e expulsos dos protestos.

Manifestante exibe cartaz afirmando que o ato não é partidário | Marcelo Camargo/Agência Brasil

19 de junho
Em São Paulo, Alckmin e Haddad anunciam a revogação do aumento do valor da passagem nos ônibus, trens e metrô. No Rio, o prefeito Eduardo Paes também suspende o aumento. O MPL afirma que não convocará mais manifestações, já que o objetivo deles havia sido atingido.

20 de junho
É o auge das manifestações de junho, com gritos de "o gigante acordou". Em todo o país, mais de um milhão de pessoas foram às ruas.

O morador de rua Rafael Braga é preso por estar com uma garrafa de Pinho Sol na mochila, no Rio de Janeiro. Em Belém (PA), a gari Cleonice Vieira de Moraes, que trabalhava na limpeza noturna do centro, morreu após inalar gás lacrimogêneo lançado pela Polícia Militar.

Em nota, o MPL repudia a violência contra os partidos que, segundo eles, "tomaram parte da mobilização" desde os primeiros protestos.

No auge dos protestos, mais de um milhão de pessoas foi às ruas | José Cruz/Agência Brasil

21 de junho
A presidente Dilma Rousseff faz um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV. Ela afirma que os manifestantes têm o direito de protestar, mas de forma "pacífica e ordeira".

24 de junho
Dilma se reúne com integrantes do MPL e de movimentos estudantis e sociais. No mesmo dia, a presidente anuncia cinco pactos nacionais que, segundo ela, seriam "propostas concretas e disposição política" em favor do país. São eles:
1. responsabilidade fiscal e controle da inflação;
2. investimentos em saúde e contratação de médicos estrangeiros;
3. destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação;
4. recursos para mobilidade urbana;
5. convocação de uma Constituinte sobre reforma política.

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