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Brasil

Pesquisa mostra impacto das mudanças climáticas no litoral brasileiro

Sul e Sudeste têm sofrido com calor ou frio extremos

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chuva são sebastião
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Estudo inédito publicado, nesta 3ª feira (25.abr), pela Universidade Federal de São Paulo, mostra o impacto das mudanças climáticas no litoral brasileiro. A pesquisa revelou um aumento de eventos extremos, nos últimos 40 anos, em várias partes do país.

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O Espírito Santo tem sido o estado mais afetado, com o aumento de 188% das ondas de calor e de frio. No litoral do Rio Grande do Sul, os períodos de seca dobraram, e as temperaturas mínimas estão cada vez mais altas.

No litoral paulista, esses extremos aumentaram 84% nas últimas quatro décadas. Isso explica a maior ocorrência de temporais, que provocaram grande destruição na cidade de São Sebastião, em fevereiro deste ano.

"Quanto mais gás carbônico tem na atmosfera, mais quente está o nosso planeta. E isso leva a um outro problema: em um planeta mais quente, a Antártica, que é toda gelo, está derretendo cada vez mais. Isso faz com que a gente tenha, cada vez mais, massas de ar frio saindo. E aí vêm as ondas de frio", explica o coordenador da pesquisa, Ronaldo Christofoletti.

A mudança brusca de temperatura afeta, por exemplo, a agricultura e a produção de alimentos, a força das marés, que podem invadir áreas urbanas, com Santos, e também a saúde da população, principalmente, idosos, mais vulneráveis ao calor e frio extremos.

Esses fenômenos ainda mudam a política pública e o planejamento urbano, não só no litoral. "A política pública tem que pensar como vai fazer o transporte público, em temperaturas maiores, como vai fazer para evitar impactos de eventos extremos. Aqui em Santos, por exemplo, a gente tem tido uma frequência de ressacas maior do que se observava no passado", acrescenta o autor do estudo, Fernando Martins.

A pesquisa mostra ainda uma tendência de mudança das características das estações do ano. "O que está acontecendo é isso, basicamente: períodos secos muito extensos. E, muitas vezes, quando acontecem fenômenos como o La Niña, neste ano, provoca chuva também muito intensa", pondera Martins.

Para quem vive nessas áreas, a mudança é bem visível. "Em janeiro, agora, é uma época que, normalmente, faz muito calor. Nas primeiras semanas, parecia julho, aquele tempo nublado, aquela garoa fina. Acho que tem que cuidar melhor do planeta, né, porque está estranho", conclui um morador da Baixada Santista.
 

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