Pesquisadores desenvolvem exame para detectar câncer através da saliva e da urina
Os resultados do método experimental animam os pesquisadores da USP de Ribeirão Preto
SBT News
Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, estão desenvolvendo uma forma simples de diagnosticar o câncer. São exames através da saliva e da urina capazes de identificar vários tipos da doença.
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Os resultados do método experimental animam os pesquisadores, e já renderam até um artigo em uma das revistas científicas mais prestigiadas no mundo acadêmico. O estudo partiu de possíveis alterações que o câncer provoca em substâncias químicas produzidas naturalmente pelo corpo humano, como o suor, por exemplo. Essas alterações são chamadas de compostos orgânicos voláteis (Vocs), que os cientistas acreditavam que também poderiam ocorrer na urina e na saliva, e acertaram em cheio.
A partir da descoberta, foi desenvolvido um exame específico para diagnosticar o câncer através de amostras de urina e saliva, uma forma menos invasiva em relação aos métodos tradicionais, como amostras de sangue, tomografias e biópsias.
Depois de coletadas, as amostras são analisadas em laboratório para identificar alterações nos perfis de compostos orgânicos voláteis, que formam uma espécie de impressão digital da doença.
"Esse é o projeto inicial, tanto o suor, como esse da saliva e urina, é uma tentativa inicial, a gente teve poucos casos, não são muitos casos. a ideia seria ampliar essa coleta de amostras para muitos pacientes", diz o pesquisador Bruno Spinosa.
Nas análises químicas de urina e saliva, a detecção dos Vocs superou os 80%. "Nós conseguimos diferenciar amostras de pessoas saudáveis e amostras de pessoas com câncer com uma boa confiabilidade estatísticas. Por exemplo, no caso de câncer de cabeça e pescoço, nas amostras de urina, por exemplo, nós diferenciamos as amostras de pessoas de saudáveis e as amostras de pessoas com câncer com cerca de 85% de sensibilidade, então nosso teste foi capaz de dar um resultado positivo para 85% das pessoas que realmente tinham câncer", afirma o pesquisador Bruno Brandão.
O Instituto Nacional do Câncer prevê o surgimento de 704 mil novos casos no Brasil este ano. O tumor maligno mais incidente no país é o de pele (31,3%), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). Quanto antes se detecta a doença, maiores são as chances de cura.
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