Coronel diz que bolsonaristas viviam realidade paralela: "Disse que era ET"
Ex-comandante prestou depoimento e falou sobre os que estavam acampados no QG do Exército, em Brasília
![Coronel diz que bolsonaristas viviam realidade paralela: "Disse que era ET"](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FJorge_Eduardo_Naime_Barreto_db5e205ec8.jpg&w=1920&q=90)
"Em um mundo paralelo". Com essas palavras, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante de Operações da da Polícia Militar no Distrito Federal (PM-DF), classificou os bolsonaristas que estavam acampados no QG do Exército em Brasília.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
As declarações foram dadas por ele nesta 5ª feira (16.mar), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na avaliação de Naime, os golpistas viviam "uma realidade paralela".
"Escutei relatos que falei: ´Não é possível´. Uma pessoa me abordou e disse que era extraterrestre, estava infiltrado e, assim que o Exército tomasse, eles iriam ajudar a tomar o poder", descreveu o coronel. Ele também disse que os envolvidos só consumiam informações divulgadas entre eles, e que estavam em uma bolha.
No depoimento à CPI, o coronel foi questionado a respeito das ações adotadas pela polícia local para frear os atos de 8 de janeiro, que acabaram crescendo e levaram à invasão e depredação dos Três Poderes.
Entre as declarações, ele também afirmou que houve um grande arrecadamento de recursos no acampamento de Brasília, o que ele chamou de "máfia do PIX". Ele disse que pessoas que estavam no acampamento faziam abordagens frequentes para receber transferências em dinheiro.
O coronel, que estava em licença no dia dos ataques de 8 de janeiro, ainda disse que no dia das invasões, os policiais não seguiram o padrão operacional definido pela polícia. "Me causa estranheza ter usado somente os alunos. Realmente eu acho que precisa haver uma revisão nessas escalas e ver se realmente isso aconteceu porque foge completamente do que é o nosso padrão", afirmou.
Preso no âmbito da 5ª fase da Operação Lesa Pátria, Naime também disse que o esperado seria deixar a tropa de "prontidão" nos quartéis, e não de "sobreaviso".