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América Latina e Caribe têm o maior custo para uma dieta saudável, diz ONU

Relatório aponta que insegurança alimentar está associada à inacessibilidade à alimentação saudável

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Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado nesta 4ª feira (18.jan), mostra que, em 2020, 131 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe não tiveram acesso a uma dieta saudável. Isso é o equivalente a uma a cada cinco pessoas (22,5%).

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No Caribe, mais da metade da população (52%) não pôde pagar por uma alimentação saudável. Na América do Sul, 18,4%. O principal responsável por essa situação é o fato de a região registrar o maior custo de uma alimentação saudável, em comparação a outros países.

De acordo com os dados do Panorama de Segurança Alimentar e Nutricional 2022, o custo médio de uma dieta saudável, em 2020, no mundo, foi de US$ 3,54, por pessoa, por dia, enquanto na América Latina e no Caribe foi de US$ 3,89, por pessoa, por dia. Em 2019 e 2020, o valor médio na região aumentou 3,4%. No Caribe, o aumento foi de 4,1%, e na América do Sul, de 2,7%.

Pobreza
O aumento da pobreza como consequência da Pandemia de Covid-19, do crescimento lento do PIB, da alta desigualdade de renda e, principalmente, da alta inflação no preço dos alimentos estão entre os fatores listados pela FAO para a inacessibilidade a uma alimentação saudável. 

O relatório lembra que a alta inflação de alimentos reduz o poder de compra das pessoas e afeta, principalmente, a população de baixa renda, que gasta uma parcela maior de sua renda em alimentos. Nos países analisados pela entidade na região, as famílias mais vulneráveis chegam a gastar entre 22% (no Brasil) e 49% (em México) de seu orçamento em alimentos, enquanto a classe média alta gasta menos de 18%.

Essa inacessibilidade está diretamente associada a uma maior prevalência da fome, desnutrição crônica em crianças menores de 5 anos e anemia em mulheres, uma vez que elas sofrem maior prevalência de insegurança alimentar do que os homens, aponta o relatório da ONU.

"Para que meninos e meninas cresçam saudáveis, não é apenas urgente garantir a disponibilidade de alimentos nutritivos a preços acessíveis. Também é preciso desenvolver políticas públicas que garantam uma alimentação adequada, além do aconselhamento nutricional, focando as ações nas populações mais vulneráveis", afirma Garry Conelli, diretor regional do UNICEF para a América Latina e o Caribe.

O relatório, que é uma publicação conjunta da FAO com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PMA), também apresenta propostas para os países da região contornarem esse cenário desolador. A principal delas é o incentivo à agricultura familiar e às políticas públicas que privilegiem esse setor. 

"É preciso criar incentivos para a diversificação da produção de alimentos nutritivos voltados principalmente para a agricultura familiar e pequenos produtores, medidas para transparência dos preços desses alimentos nos mercados e comércio, transferências de renda e outras ações, como a melhoria do cardápio escolar", afirma  Mario Lubetkin, vice-diretor e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe.

Alimentação saudável
Para a FAO,  a composição de uma alimentação saudável varia de acordo com a disponibilidade de alimentos nos países e territórios, mas é consenso que devem conter, no mínimo, 400 gramas de frutas, legumes e verduras por dia, e a ingestão energética de gorduras totais deve ser inferior a 30% da ingestão total de energia, preferindo gorduras insaturadas e evitando a ingestão de gorduras trans. Além disso, a ingestão de açúcares adicionados não deve ultrapassar 10% da ingestão total de energia, e a ingestão de sal deve ser inferior a 5 gramas por dia. 

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