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"O dever da farda é com a sociedade", diz cientista político

Advogado repudia vandalismo em Brasília e questiona demora de ações para coibir criminosos

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Multisão em torno de espelho dágua, com viaturas policiais danificadas
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Repúdio absoluto. É com essa expressão que o advogado e cientista político Nauê Bernardo Pinheiro de Azevedo, em entrevista ao Primeiro Impacto, definiu os atos criminosos praticados em Brasília (DF) no domingo (8.jan) de terror na capital federal. 

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Para Azevedo, além de todas as questões que precisam ser respondidas, é preciso "rememorar que o dever desses cidadãos é com a farda. E o dever da farda é com a sociedade", em relação à lentidão da ação das forças de segurança que culminaram na invasão e depredação dos prédios públicos no Planalto. 

Policiais militares do Distrito Federal foram flagrados tirando fotos com golpistas, reforçando a imagem de que as forças policiais e o governo local agiram por inação, omissão ou, ainda, agiram deliberadamente para que a baderna tivesse início. 

Segundo o advogado, a PM agiu com velocidade assim que a ordem foi dada, atuando "na maior velocidade que pôde". Alguns policiais foram atacados por criminosos, incluindo um que foi derrubado de um cavalo. O animal ficou ferido e as cenas chocaram. "Quando houve a ordem, a remobilização, o ataque às instituições foi cessado quase imediatamente", afirmou. 

Azevedo questiona o porquê de a situação ter chegado naquele ponto. Para o cientista político, é preciso descobrir "o que levou os comandantes, as pessoas que deveriam dar a ordem, em todos os níveis hierárquicos, a demorarem tanto a agir". 

"Eles [policiais], enquanto cidadãos, têm todo o direito e ter seus posicionamentos políticos, são cidadãos que precisam ser tratados como tal. Vestiu a farda, eles não podem olhar para a cor da camisa antes de decidir se vão agir ou não", pontuou Azevedo, questionando se a ação (ou inação) teve ordens "de baixo ou de cima", "do nível de quem está na rua ou isso veio de uma inação, ou de uma omissão ou mesmo de uma ação deliberada de quem toma as decisões?". 

Segundo o advogado, o regime castrense - que delimita os direitos dos militares - "é muito rígido em relação a esse tipo de prática", considerando que se forem detectadas insubordinações, os envolvidos serão "imediatamente" punidos. 

Segundo o advogado, a PM agiu com velocidade assim que a ordem foi dada, atuando "na maior velocidade que pôde" | Reprodução/SBT

Em relação ao número de presos - cerca de 300 -, Azevedo afirmou que "não há espaço" para abrigar tantos criminosos, mas também questionou o número baixo de detidos, apesar do "bom volume de pessoas" e que "não foram só 300 pessoas responsáveis pelo que aconteceu ontem". 

O cientista político também inquiriu a respeito da "certa tranquilidade" com qual muitos criminosos conseguiram voltar aos acampamentos golpistas. "As pessoas estão com seus rostos descobertos, estavam fazendo lives, postando nas redes sociais. É muito mais que 300 pessoas e a gente precisa entender o que levou um certo grupo remanescente, que estava participando da baderna, dos atos criminosos, a conseguir voltar andando com certa tranquilidade até, para o QG", afirmou. 

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