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Brasil

Para além dos gramados: a trajetória de Pelé no jogo político brasileiro

Ídolo do esporte já foi ministro, cogitou ser candidato à presidência e sofreu críticas na ditadura

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Para além dos gramados: a trajetória de Pelé no jogo político brasileiro
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Considerado rei do futebol, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, também participou do jogo político brasileiro, em vida. De ministro a potencial candidato à Presidência da República, o ídolo nacional chegou a se esquivar quando o assunto era política -- o que lhe rendeu algumas críticas -- mas deixou sua marca quando decidiu se aprofundar ativamente no tema. 

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No auge da ditadura militar, em 1970, sob a presidência de Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), Pelé protagoniza também o auge da seleção brasileira com a conquista do tricampeonato na Copa do Mundo, no México. Naquele ano, Pelé e a equipe do Brasil foram acusados de não se colocarem contra a ditadura. A taça era vista como um "presente" para o regime da época, já que o espírito patriótico elevado pelo futebol poderia ser usado para propagandear os militares no poder. 

Após a vitória, a seleção foi convidada para uma visita no Palácio da Alvorada e Pelé foi fotografado ao lado de Médici. Anos à frente, porém, em 1984, Pelé apoiou o movimento Diretas Já, que pediam a volta das eleições diretas para presidente. 

Flerte com o Planalto

Durante uma entrevista em 1989, às vésperas da eleição presidencial que levou Fernando Collor de Mello à presidência, Pelé afirmou que cogitava se candidatar para o próximo pleito, em 1994.

"Ele afirmou que se considera um socialista e que pretende criar um partido próprio, caso se decida pela vida política", diz a reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. "Se eu for candidato, vou procurar fazer um plano com antecedência e participar dos debates na TV", declarou, à época. 

Ministro do Esporte 

A ideia de se lançar à presidência da República não se concretizou, mas, em 1995, Pelé fez parte do governo ao comandar uma das pastas da Esplanada dos Ministérios. O então presidente Fernando Henrique Cardoso o nomeou para o cargo de Ministro do Esporte. Durante sua gestão, Pelé propôs a "Lei Pelé", que tinha o objetivo de reduzir a corrupção no futebol brasileiro. Em 2001, ele deixou o comando da pasta, que também foi extinta

Cavaleiro da Coroa Britânica

No cenário internacional, em 1997, quando ainda ocupava o posto de Ministro do Esporte, Pelé foi condecorado pela Rainha Elizabeth II Cavaleiro da Coroa Britânica. O título, que é equivalente ao de "Sir", é concedido apenas para personalidades nascidas na Inglaterra. 

Na única visita que a monarca britânica fez ao Brasil, Elizabeth II foi ao estádio do Maracanã e acompanhou um jogo de futebol entre os times do Rio de Janeiro e de São Paulo, com vitória dos paulistas por 3 x 2. Um dos gols foi marcado por Pelé.

Repercussão política

Pelé morreu na tarde de 5ª feira (29.dez), aos 82 anos. O ex-jogador lutava contra um câncer no cólon, e estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 29 de novembro. O presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial de três dias pela morte do Rei do Futebol. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Em nota de pesar pelo falecimento, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do Governo Federal afirmou que Bolsonaro "roga a Deus" que receba o ex-jogador "em Seus braços e dê força e fé a toda a sua família e amigos para superar esse difícil momento".

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), manifestou pesar pelo seu perfil oficial no Twitter e disse ter tido "o privilégio" de ver Pelé "dar show" de futebol no Pacaembu e no Morumbi, em São Paulo.

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também lamentararam a morte de Pelé.

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