Após saída do Flamengo, ex-segurança Benedito Ferreira passa por dificuldades
Ele salvou atletas no incêndio no Ninho do Urubu em 2019, e agora terá que deixar tratamento psiquiátrico
O ex-segurança do Flamengo, Benedito Ferreira, de 43 anos, que salvou três atletas durante o trágico incêndio no Ninho do Urubu em 2019, sofreu mais um duro golpe depois de ser demitido pelo clube: Segundo apurou o SBT News, Benedito não pode mais realizar tratamento psiquiátrico em uma clínica especializada em saúde mental, no bairro da Tijuca. A direção do Flamengo comunicou à clínica que ele não faz mais parte do quadro de funcionários do clube e, então, o atendimento médico teve que ser suspenso.
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A partir de agora, Benedito terá que arcar R$ 170 por mês para ser avaliado pelos os médicos. Segundo informou o segurança, o RH do clube disse que faria um novo contato, mas até agora nada foi feito. Além das consultas, Benedito terá que arcar com os remédios que custam mais de R$ 900 reais por mês.
Benedito foi demitido no último dia 02 de agosto pelo Flamengo por "seus serviços não estarem mais sendo necessários às demandas internas do clube". O segurança, que trabalhava desde de 2008 no rubro-negro, disse que após o episódio que terminou com a morte de 10 garotos, trata de transtornos psiquiátricos desenvolvidos após o passar do tempo. Ele foi diagnosticado pelos médicos com depressão pós-traumática e desde então se trata com médicos especialistas e toma diariamente 8 comprimidos de tarja preta.
Em maio deste ano, ele entrou na Justiça contra o clube reclamando direitos trabalhistas, previdenciários e cíveis. Ferreira pede uma indenização de R$ 2,5 milhões. A principal reclamação do processo, segundo o segurança, foi o fato de o clube não ter relacionado seu afastamento do trabalho junto ao INSS ao que ele vivenciou no dia incêndio. Desde então o segurança não conseguiu mais desempenhar suas funções como fazia antes do ocorrido. De acordo com peritos do INSS e médicos privados que analisaram seu estado psíquico ao longo do período, Ferreira sofre transtornos psiquiátricos e não se encontra apto para exercer sua principal atividade, a segurança privada.
O processo está em curso na 23ª Vara do Trabalho, no Rio, mas desde junho aguarda definição de um juiz substituto, depois que o titular, Marcelo Antonio de Oliveira Alves de Moura, declarou-se suspeito. O Flamengo foi procurado e ainda não se manifestou.