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Brasil

Fiocruz identifica maior mortalidade em crianças com Síndrome Congênita da Zika

Doenças parasitárias e infecciosas estão entre as principais causas de morte no grupo

Imagem da noticia Fiocruz identifica maior mortalidade em crianças com Síndrome Congênita da Zika
Vírus pode se apresentar de distintas formas e crianças podem acabar desenvolvendo anomalias estruturais e funcionais | Pixabay
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Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou que a mortalidade pela Síndrome Congênita do Vírus zika (SCZ) aumenta em até 11 vezes em crianças de até três anos de idade. A pesquisa, publicada no The New England Journal of Medicine, contou com a análise de mais de 11 milhões de nascidos cadastrados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), no período entre os anos 2015 e 2018.

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Segundo a Fiocruz, o vírus pode se apresentar de distintas formas e as crianças podem acabar desenvolvendo anomalias estruturais e funcionais. Com isso, os dados apontam que as chances de morte de crianças entre 1 e 3 anos de idade com zika é até 22 vezes maior do que a das crianças sem a doença. Já entre os bebês de até 28 dias essa chance é sete vezes maior do que em crianças sem a síndrome.

Embora o estudo tenha identificado que não há diferença na taxa de mortalidade de crianças que nascem com menos de 32 semanas, sejam elas portadoras da SCZ ou não, isso muda a partir desse período. Os bebês que têm a síndrome e nascem entre 32 e 36 semanas de gestação são nove vezes mais propensos a morrer. As chances aumentam para 14 vezes quando o nascimento acontece após 37 semanas. 

O padrão é o mesmo em relação ao peso ao nascer. Apesar de não existir diferença para os nascidos com menos de 1,5kg, sejam ou não portadores da Síndrome Congênita da Zika, o quadro muda se elas nascem com o peso considerado adequado: a possibilidade de óbito das crianças com a Síndrome é 13 vezes maior. 

De acordo com a pesquisa, as doenças parasitárias e infecciosas estão entre as principais causas de morte no grupo, bem como a mortalidade por anomalias congênitas, como a microcefalia. Após um ano de idade, as mortes relacionadas ao sistema nervoso aumentam consideravelmente em comparação às crianças sem o vírus.

Para a autora do estudo, Enny Paixão, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) e professora assistente da London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM), os resultados são alarmantes, mas, ao mesmo tempo, importantes para esclarecer as causas de mortalidade nestas crianças.

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"Quando entendemos essas causas podemos pensar nos mecanismos que podemos utilizar para evitar com que essas mortes aconteçam, para que a gente melhore a sobrevivência e qualidade de vida dessas crianças. Assim, podemos criar protocolos mais efetivos, o que é de extrema importância", destacou.

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