Brasil abriga maior comunidade ucraniana da América Latina
Aposentada que chegou ao território brasileiro ainda criança acompanha apreensiva notícias da Ucrânia
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O Brasil abriga a maior comunidade ucraniana da América Latina, cerca de1 milhão de pessoas. Metade dessa população vive no Paraná.
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A aposentada Valentina Schumlianska, de 78 anos, chegou ao Brasil ainda criança. Ela acompanha apreensiva as notícias vindas da Ucrânia. Desde o início dos ataques, ela não consegue contato com a irmã, que mora em Mariupol, uma das áreas atingidas. "Eu jamais imaginava que isso ia acontecer ainda", afirmou.
A assistente de exportação Natália Filakoski, por sua vez, mora no Brasil há nove anos. Ela nasceu em Lutsk, noroeste da Ucrânia. O pai, a mãe e dois irmãos dela continuam por lá. "Eles tiraram todos os pertences deles e deixaram lá no subsolo, e deixaram estocados a comida também, que já era previsto quando começou a ter a movimentação de tanques de guerra, eles já começaram se movimentar para tentar se manter depois", pontua.
O sentimento de angústia acompanha os descendentes. "Para nós é muito difícil acreditar que a ucrânia corre perigo de ser anexada a outro país, perder sua integridade territorial e a liberdade de um povo", afirmou Victorio Scarpi, diretor de arte do Grupo Folclórico Ucraniano Poltava.
Casada com o ex-embaixador da Ucrânia no Brasil, Fabiana Tronenko publicou uma foto que mostra o marido tentando voltar para Kiev. Rostyslav Tronenko está em uma área de conflito. "Meu marido ontem, inclusive, quando ele me falou que ele foi convocado para ficar de prontidão, para caso haja uma eventual guerra, ele falou que estava pronto para dar a vida dele para defender a sua pátria?é muito triste", relata a ex-embaixatriz.
Cerca de 80 mil ucranianos vivem em Curitiba. A forte presença desse povo é representada na cidade pelo Memorial Ucraniano, que foi inaugurado em 1995 e é uma homenagem à contribuição deles no desenvolvimento da capital paranaense. Natalia Filakoski tenta convencer os parentes a vir para o Brasil. Mas eles não parecem dispostos a abandonar a terra natal: "Eles não quiseram. Eles disseram: nascemos na Ucrânia e vamos morrer aqui e não tem o que fazer, não tem para onde fugir, não tem por que fugir".
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