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Exame de DNA identifica mães de bebês trocados há 7 anos no DF

Mulher procurou a polícia após saber do caso de Geruza Ferreira, que descobriu não ser mãe da criança que criava

Exame de DNA identifica mães de bebês trocados há 7 anos no DF
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O SBT News teve acesso em primeira mão ao resultado do exame de DNA da mulher que procurou a polícia alegando que a filha dela pode ter sido trocada na maternidade do Hospital Regional de Planaltina. No teste consta que ela e o ex-companheiro, pai da menina, não são os pais biológicos da própria filha, atualmente com 7 anos de idade. 

Com isso, a polícia cruzou os exames de DNA dessa mulher, ainda não identificada, com o da filha de Geruza Ferreira e fez o mesmo com o da dona de casa. Os exames mostraram compatibilidade entre as filhas, confirmando que houve a troca de bebês. 

A mulher, que é vendedora, procurou a 16ª Delegacia de Polícia, em Planaltina, na última 4ª feira (20.jul). Aos policiais, ela relatou que a filha nasceu no Hospital Regional de Planaltina às 5h05, ou seja, cinco minutos depois da filha de Geruza Ferreira. No dia seguinte, 21 de julho, ela foi ao Instituto de Pesquisa Forense da Polícia Civil (PCDF) fazer o teste de DNA. Na última 2ª feira (25.jul) foi a vez do ex-companheiro dela realizar o exame. 

Os advogados da mulher dizem que ela está totalmente abalada com a notícia. "Foi muito emocionante. As duas se abraçaram e começaram a chorar. Foi um momento especial. Agora é pensar nos próximos passos. Ainda vou conversar com minha cliente. Tudo é muito recente", relatou um dos advogados da mulher que não quis se identificar. 

Troca de bebês 

Geruza Ferreira, de 38 anos, descobriu não ser a mãe biológica da própria filha depois que o pai da menina realizou um exame de DNA, cujo resultado deu negativo para o parentesco entre os dois. Consternada com a situação, a dona de casa também decidiu fazer o teste. O resultado foi negativo. Ela, então, não poderia ser a mãe biológica da própria filha. Tudo isso ocorreu em 2020, após o homem ter feito o exame e ter solicitado a retirada do nome dele dos registros da criança. 

A filha de Geruza nasceu em 14 de maio de 2014, no Hospital Regional de Planaltina, por volta das 5h da manhã. A mulher acredita que a filha foi trocada na maternidade da unidade de saúde. Ao SBT News, ela relatou que no dia do parto o hospital estava caótico e muito tumultuado, o que pode ter levado ao erro de algum médico ou enfermeiro. 

Justiça 

Inconformada com toda a situação, a dona de casa resolveu contratar um advogado e procurar a Justiça. Por causa dos danos causados pela situação, a defesa dela entrou com um pedido de indenização no valor de R$ 300 mil. O advogado apresentou provas de que houve negligência por parte do Hospital Regional de Planaltina. 

O juiz Alessandro Marchio Bezerra Gerais analisou todo o caso e entendeu que houve, sim, a troca das crianças na unidade de saúde. "Como não é razoável presumir que a troca tenha ocorrido em momento posterior à alta da autora da maternidade sem que ela percebesse -- até porque, com o tempo, as feições do bebê vão se definindo --, reputo devidamente comprovado que a sua filha biológica foi trocada quando do seu nascimento no estabelecimento hospitalar supra apontado", disse na decisão.

O magistrado ainda completou dizendo: "Em uma situação como esta, em que não se sabe sequer se o filho biológico está vivo, e caso esteja, se está sendo criado e educado em condições dignas, cria-se uma série de incertezas que a autora eventualmente poderá carregar para o resto de sua vida, causando sérios prejuízos inclusive para a sua forma de se relacionar e interagir com as pessoas mais próximas".

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que é importante ressaltar que esses casos correm em segredo de Justiça, e, sempre que notificada, a pasta fornece todas as informações necessárias às autoridades judiciais. Destacou também que está à disposição para os devidos esclarecimentos. 

Em 21 de outubro, os advogados da primeira mulher a procurar a polícia emitiram uma nota. Confira a íntegra:

"1. Diante dos fatos noticiados recentemente, acerca da troca dos bebês na maternidade do Hospital de Planaltina/DF, em que uma das genitoras, a Sra. Geruza Fernandes Ferreira, teve conhecimento que não é a mãe biológica da menor que está em seu poder familiar desde a data do seu nascimento, ou seja, 14 de maio de 2014.

2. Em face destas informações, a mãe de uma das crianças nascidas na mesma localidade e horário, no intuito de esclarecer qualquer obscuridade e corroborar com as investigações policiais, procurou este Escritório de Advocacia para intermediar o caso.

3. No dia de ontem (20.10.2021 - quarta-feira) houve apresentação e oitiva na 16ª Delegacia de Polícia em Planaltina/DF, a qual investiga o caso. Hoje pela manhã foram realizados exames de sangue, coletados da mãe e da criança.
4. Cabe ressaltar que, em nenhum momento houve desconfiança por parte da genitora com relação a não ser a mãe biológica da menor, tanto é que nunca demandou a realização de exame de DNA.

5. Além disso, as partes se reservam no direito de não repassar maiores informações até os resultados dos exames, tendo em vista que não podem atrapalhar a investigação em curso, gize-se, sob sigilo".

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