Número de crianças acidentadas em trabalho infantil aumenta 30% em 2020
Dados foram divulgados pelo Ministério Público do Trabalho. Resultado é o pior registrado desde 2007
O número de crianças brasileiras acidentadas gravemente durante realização de trabalho infantil aumentou em 30%, entre os anos de 2019 e 2020. Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira (17), pelo Ministério Público do Trabalho no Observatório da Prevenção e da Erradicação do Trabalho Infantil.
As ocorrências foram computadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Elas indicam que, os casos de acidentes entre jovens, de 5 a 13 anos, saltou de 83, em 2019, para 108 no ano de 2020. Segundo os especialistas, o resultado, que é o pior registrado desde 2007, não representa a proporção real do problema.
O Disque Direitos Humanos (Disque 100) confirma que mais de 30% das denúncias de trabalho infantil, são de serviços domésticos. Já outros 15% são referentes ao aliciamento de crianças e adolescentes por narcotraficantes.
Segundo o secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício Cunha, o ingresso precoce no mercado de trabalho, quando realizado de forma incorreta, oferece consequências não só a respeito de acidentes físicos de trabalho, mas também reproduz o ciclo de pobreza familiar, além de prejudicar a aprendizagem da criança.
Entre os adolescentes com vínculo de trabalho, de 14 a 17 anos, o número de casos de acidentes, não necessariamente graves, foi de 1.202 em 2019. Já em 2020 houve uma diminuição de mais da metade desses casos, com 556 ocorrências.