ONU pede investigação "independente" em Jacarezinho
19 corpos já estão no Instituto Médico Legal; operação deixou 25 mortos na comunidade
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos disse, nesta 6ª feira (7.mai), estar "profundamente preocupado", após a sangrenta operação contra o tráfico de drogas da polícia em uma favela do Rio de Janeiro e pediu à Justiça brasileira uma "investigação independente e imparcial".
Em nota, a ONU pede uma discussão "ampla e inclusiva no Brasil sobre o atual modelo de policiamento em favelas - que estão presas em um ciclo vicioso de violência letal, com um impacto adverso dramático em suas populações já em dificuldades e marginalizadas".
O Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro já recebeu 19 corpos dos mortos no tiroteio nesta 6ª feira (7.mai). Familiares estão arrasados e muitos denunciam abusos durante a operação.
A operação policial na comunidade carioca do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou 25 pessoas mortas nesta 5ª feira (6.mai). Segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi a ação policial com mais mortes na história do estado.
O Grupo de Estudos caracteriza a operação como chacina. E aponta que, além de ser a que mais registrou mortes, a quantidade de óbitos é quase o dobro do registrado em operações policiais dos últimos 14 anos. Segundo o grupo da UFF, a última ação policial que registrou um número tão grande de mortes foi a operação no Complexo do Alemão, em junho de 2007. À época, 19 pessoas morreram.
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