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84% da população vê racismo no país, mas só 4% admitem ser preconceituosos

Pesquisa revela como o racismo estrutural afeta a vida das pessoas negras no Brasil

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, encomendada pelo Grupo Carrefour, aponta que 84% dos brasileiros reconhecem que o preconceito racial existe e afeta diversas instâncias na vida de pessoas negras em todo o país. Apesar do alto índice, apenas 4% da população se considera preconceituosa. 

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O levantamento, realizado com 1.630 entrevistados em 72 cidades, entre 15 e 20 de abril, faz parte do trabalho do grupo varejista diante do compromisso de discutir o racismo estrutural após o caso envolvendo João Alberto Silveira Freitas, que morreu após ser espancado por dois seguranças em uma das lojas do Carrefour, no sul do país, em novembro de 2020. 

Segundo a pesquisa, o percentual de brasileiros que consideram o país preconceituoso aumenta para 89% entre negros. A maioria dos entrevistados também reconhece que pessoas negras sofrem mais violência física quando se comparado com pessoas brancas. 

O levantamento ainda revela que o preconceito racial é frequente em locais públicos, como shoppings centers, restaurantes e supermercados. Mais de 60% da população já presenciou uma pessoa negra sendo humilhada ou discriminada devido à raça nesses ambientes.

Violência policial

Durante a pesquisa, 54% das pessoas negras afirmaram que já foram abordadas por policiais -- contra 29% dos brancos -- e que durante a abordagem sofreram algum tipo de violência (física ou verbal). Cerca de 95% dos brasileiros acreditam que a polícia tem atitudes racistas.

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Mercado de trabalho

Com relação ao mercado de trabalho, 76% da população acredita que negros são discriminados e que o tom de pele tem "peso" nos ambientes corporativos. De acordo com a avaliação, 52% dos trabalhadores negros afirmaram que já sofreram preconceito durante o expediente e outros 57% relataram que já presenciaram uma cena de racismo. 

Para 92% da população, as chances de uma pessoa branca conseguir um emprego, atualmente, são mais elevadas do que de uma pessoa negra. 

Caso João Alberto 

João Alberto Silveira Freitas, 40, foi assassinado às vésperas do Dia da Consciência Negra, por dois seguranças de uma unidade do Carrefour, localizada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo a perícia, Freitas morreu por asfixia. 

A cena de João Alberto sendo espancado foi gravada e gerou uma revolta massiva, provocando uma onda de protestos pelo país. Seis pessoas foram denunciadas e a Defensoria Pública entrou com uma ação coletiva contra o Carrefour. 
 

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