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Potássio do Brasil: uma solução para a segurança alimentar global

A produção mundial de culturas deve aumentar de 8,6 bilhões de toneladas em 2021 para 12,5 bilhões de toneladas em 2045

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A população global está prevista para alcançar cerca de 9,5 bilhões de pessoas até 2045. Paralelamente, o consumo de calorias deve aumentar à medida que uma maior proporção da população obtém uma renda mais elevada. 

O consumo médio de calorias per capita deverá crescer 10% de 2021 a 2045, com a produção global de culturas precisando crescer de 8,6 bilhões de toneladas em 2021 para 12,5 bilhões de toneladas em 2045 para atender à crescente demanda.

Como conseguiremos aumentar a produção global de culturas em quase 50%?

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A expansão da área cultivada global e o aumento do rendimento das culturas são dois elementos importantes e que podem auxiliar à se chegar na meta. A segurança alimentar é uma preocupação que atravessa fronteiras, e o Brasil está se posicionando como parte da solução. Com desafios globais, como o aumento populacional, a limitação das terras aráveis e as mudanças climáticas, o país enfrenta a necessidade de reduzir sua dependência de fertilizantes importados, especialmente o potássio. 

Recentemente, tensões geopolíticas levaram a aumentos significativos nos preços de importação, destacando a importância de desenvolver as vastas reservas de potássio ainda não exploradas no Brasil. 

Com uma estratégia voltada para a exploração sustentável, o Brasil precisará buscar um futuro de maior autossuficiência em potássio, fortalecendo sua posição no mercado global de fertilizantes e contribuindo para a segurança alimentar nacional e global.

A dependência do Brasil em relação a produtos estratégicos no combate à fome levou ao estabelecimento do Plano Nacional de Fertilizantes em 2022. O plano visa reduzir as importações desses produtos, incluindo o potássio, de 85% para 45% até 2050, com uma redução para 62% até 2030 no caso do potássio.

Produção nacional de fertilizantes versus o total importado

O projeto Potássio do Brasil para a região de Autazes, na Amazônia, foi apresentado pela empresa subsidiária Brazil Potash Corp (que tem capital inglês, australiano, canadense e brasileiro) ao novo governo no início desde ano, e prevê abastecer 20% da demanda nacional de minério usado na fertilização agrícola. 

Alinhado com regulamentações ambientais, o projeto pode contribuir para a economia local - a previsão é gerar mais de 15 mil empregos, diretos e indiretos - e para o mercado de insumos agrícolas, promovendo um desenvolvimento sustentável em toda a região. Em uma localização estratégica e com vantagens logísticas ao acessos por barcos e estradas asfaltadas a partir de Manaus. A jazida de potássio em Autazes é considerada a maior do Brasil, com previsão de extração de 2.2 milhões de toneladas anualmente por cerca de 23 anos. A mina está situada a aproximadamente 800 metros de profundidade, uma camada subterrânea que abrange uma área de cerca de 10 km por 13 km. Na superfície, a ocupação não ultrapassa 500 hectares, incluindo a planta, a área logística e o porto, que anteriormente era usado para criação de gado.

Jazida Mineral 

A produção de potássio no Brasil está prestes a se tornar a mais competitiva do mercado global, graças à localização estratégica da planta no país. A proximidade das jazidas com as áreas agrícolas reduz significativamente os custos de produção, posicionando o Brasil como líder na eficiência. Entretanto, ainda há questões burocráticas pendentes antes da liberação da licença definitiva. No final de agosto, a juíza Jaiza Maria Fraxe, da Justiça Federal no Amazonas, anulou a licença prévia concedida pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) em 2015 e afirmou que o licenciamento seria de competência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O Ibama, no entanto, já recusou a competência para conduzir o licenciamento em pelo menos quatro ocasiões.

O Ibama alega que, de acordo com uma lei complementar de 2011, a maior parte da mineração está sob responsabilidade dos estados, desde que o empreendimento esteja fora de terras indígenas. Além do licenciamento do Ibama, o projeto também precisaria de autorização prévia do Congresso e de consulta livre aos indígenas, de acordo com a 1ª Vara Federal Cível no Amazonas. Líderes indígenas mura manifestaram seu apoio ao avanço do projeto de exploração de potássio, em uma reunião com o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil). O Ministério Público Federal acusa a Potássio do Brasil de cooptar indígenas para tentar garantir o negócio na região. Além disso, alega que a licença prévia emitida em 2015 é ilegal e que todo o licenciamento deve ser conduzido pelo Ibama.

O Potássio no Contexto Global

O mercado global de potássio está em ascensão, impulsionado pelo crescimento populacional, mudanças nos padrões alimentares e a crescente demanda por biocombustíveis. O Brasil, com seu vasto território e recursos hídricos, emerge como um protagonista global no setor agrícola. No entanto, a dependência crescente de importações de potássio ameaça a segurança alimentar tanto no Brasil como globalmente.

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