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Serial killer: Polícia quer exumar corpo de tunisiano suspeito de envenenamento

Delegado afirma que procedimento depende de autorização da família e envolve questões religiosas. Vítima foi enterrada na Tunísia

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A Polícia Civil do Estado de São Paulo avalia a possibilidade de exumar o corpo do tunisiano Hayder Mhazres, morto após suspeita de envenenamento pela estudante Ana Paula Veloso Fernandes.

O caso faz parte da investigação sobre uma série de homicídios através de envenenamento cometidos nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

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Por telefone, o delegado responsável pelo caso, Halisson Ideiao, informou ao SBT que a exumação ainda não ocorreu porque envolve questões religiosas da vítima, além da necessidade de autorização da família. O corpo foi sepultado na Tunísia.

Serial Killer

Ana Paula, considerada uma serial killer pela polícia, é investigada por quatro homicídios.

Segundo as investigações, ela se aproximava das vítimas fingindo interesse afetivo ou amizade, com o objetivo de se apropriar de bens e valores.

As vítimas são:

  • Marcelo Hari Fonseca — morto em Guarulhos (SP)
  • Maria Aparecida Rodrigues — morta em Guarulhos (SP)
  • Neil Corrêa da Silva — morto em Duque de Caxias (RJ)
  • Hayder Mhazres — morto em São Paulo (SP)

As autoridades trabalham na reconstituição dos casos e na coleta de provas para reforçar a acusação contra Ana Paula.

A exumação do corpo de Hayder é considerada fundamental para aprofundar a perícia sobre a causa da morte.

Relembre o caso

Os homicídios vieram público no dia 8 de outubro. A Polícia Civil de São Paulo prendeu Michele Paiva da Silva, de 43 anos, suspeita de participação no assassinato do próprio pai, Neil Corrêa da Silva.

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Segundo a polícia, Ana Paula Veloso adicionou veneno ao alimento a pedido de Michele, que teria pagado R$ 1,4 mil para que o crime fosse cometido. A motivação seria financeira. Após o almoço, o idoso passou mal e morreu.

No dia em questão, estavam com ele a filha, Michele Paiva da Silva, e Ana Paula.

Inicialmente a morte foi tratada como natural. O atestado de óbito apontava insuficiência respiratória aguda, complicações do diabetes e crise convulsiva como causas do óbito.

No entanto, novas investigações levantaram indícios de que Neil teria sido envenenado.

Dupla se conheceu na faculdade

Michele e Ana Paula se conheceram na faculdade. As duas se tornaram amigas e mantiveram contato mesmo após Ana Paula se mudar para São Paulo, em janeiro de 2025.

Quando Michele decidiu matar o próprio pai, procurou a amiga, sabendo que ela já havia cometido outros crimes.

A negociação do assassinato foi feita por mensagens trocadas entre as duas, nas quais combinavam pagamento e detalhes da execução.

Como a polícia chegou até as suspeitas?

A investigação teve início após a prisão de Ana Paula, em 9 de julho, quando ela foi suspeita de tentar envenenar colegas de faculdade com um bolo.

A polícia afirma que a jovem teria preparado o alimento para incriminar a esposa de um policial militar com quem mantinha um relacionamento extraconjugal.

O episódio levantou suspeitas e levou os investigadores a cruzar dados de outras ocorrências semelhantes no estado.

A suspeita de homicídio surgiu após uma denúncia anônima feita à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.

Uma testemunha relatou o desaparecimento de R$ 4 mil de Neil e levantou a hipótese de assassinato.

Enquanto o caso era apurado no Rio, policiais de São Paulo identificaram semelhanças entre a morte do idoso e outros três homicídios cometidos por Ana Paula Veloso em Guarulhos, cidade da Região Metropolitana.

Mensagens trocadas entre Ana Paula e sua irmã gêmea, Roberta, ajudaram a polícia a comprovar o envolvimento dela.

Nos diálogos, as duas comentavam o planejamento e a execução da morte de Neil, usando códigos para se referir ao crime.

Ana Paula acabou confessando que colocou chumbinho na feijoada servida à vítima no Rio de Janeiro.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, Ana Paula é acusada de quatro assassinatos cometidos por envenenamento em apenas seis meses.

Nenhuma das vítimas apresentava sinais externos de violência, o que dificultou a identificação dos crimes.

Quem já foi preso até o momento

Até agora, duas pessoas foram presas:

  • Michele Paiva da Silva, filha de Neil Corrêa da Silva, foi detida na zona norte do Rio de Janeiro quando chegava à faculdade. A mulher, de 43 anos, é suspeita de ter encomendado a morte do pai.
  • Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, está presa preventivamente na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo.

Michele deve ser transferida para São Paulo, onde os crimes de Ana Paula são apurados de forma unificada.

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